Mais dois são detidos por morte de aluno no campus

A Polícia Civil de Campinas apreendeu na terça-feira (22) dois adolescentes suspeitos de envolvimento na morte do estudante Denis Papa Casagrande, de 21 anos, ocorrida no dia 21 de setembro, durante uma festa clandestina na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além deles, três adultos foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo. Dois estão detidos. Segundo a polícia, por serem menores no dia do fato, K.V.M., de 15 anos, e G.G.M., que completou 18 anos no último dia 4, foram responsabilizados pelo crime. Os dois estavam em casa — no Jardim Ieda e na Vila Industrial — quando foram surpreendidos pelo mandado de apreensão expedido pela Vara da Infância e da Juventude. O jovem que já completou 18 anos vai responder como menor de idade, por ter 17 no dia da ocorrência, explicou o delegado Rui Pegolo, titular do Setor de Homicídios, responsável pelo inquérito. Os dois foram encaminhados à Unidade de Internação Provisória (UIP), no Jardim Amazonas, onde estão à disposição da Vara da Infância e Juventude. Casagrande, que estudava engenharia mecatrônica na Unicamp, foi morto com um golpe de faca durante uma festa no ciclo básico e agredido por um grupo de punks. De acordo com o Ministério Público, Maria Tereza Peregrino, de 20 anos, que confessou ter dado a facada alegando legítima defesa, o namorado dela, Anderson Mamede, de 21 anos, e André Ricardo Motta, de 21 anos, devem responder por homicídio triplamente qualificado, já que, para o órgão, houve motivo fútil, cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Maria foi indiciada como autora do crime, e o namorado dela, Anderson Mamede, como coautor, já que ele admitiu ter agredido com golpes de skate a vítima, que teria assediado sua namorada, conforme alegou. Os dois estão presos desde 27 de setembro. A prisão preventiva de Mota não foi solicitada. Segundo a polícia, Casagrande foi confundido com outro jovem que teria assediado Maria Tereza e agredido por vários integrantes de um grupo punk. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a morte do universitário foi causada pela facada que perfurou o tórax e atingiu seu coração, causando “anemia aguda”. Se condenados, os suspeitos podem receber pena que varia de seis a 20 anos de prisão. Veja também Presença da PM no campus divide opiniões Segurança 'humanizada' é apontada como prioridade Após negativa da reitoria em permitir a PM no campus, comunidade busca novas alternativas Justiça mantém prisão de suspeita de matar estudante da Unicamp Pedido de habeas corpus para Maria Tereza Peregrino foi negado pelo Tribunal de Justiça de SP