Milene Moreto ( Cedoc/RAC)
O projeto para vetar a ideologia de gênero em Campinas, que até o momento não está no texto-base do Plano Municipal de Educação, foi debatido na Câmara ontem, durante uma reunião da Comissão Especial de Estudos. O democrata quer impedir que o tema seja tratado nas escolas, no Legislativo e no Executivo. Desta vez, com a presença de dois teólogos, os parlamentares foram mais moderados e fizeram questão de dizer que jamais promoveram discursos de ódio contra os gays e que foram mal-interpretados na última sessão. As razõesOs teólogos convidados pela comissão foram muito elegantes ao defenderem os seus pontos de vistas, diferentemente dos parlamentares na última sessão, que chegaram a dizer que os defensores da ideologia “eram da ala do diabo”. Na realidade, ninguém precisa concordar, só respeitar a opinião alheia. E no entendimento dos convidados ontem, a ideologia de gênero, se implementada, colocará em risco a raça humana. FraseSe quiserem descer a 13 de maio sem roupa, fiquem à vontade. Se quiserem ir no shopping beijar, fiquem à vontade. (Do vereador de Campinas, Campos Filho (DEM), ao falar que sua discussão é sobre a política educacional e não sobre o homossexualismo).A opiniãoA defesa dos teólogos que são ligados à Igreja Católica é para que a ideologia de gênero não seja implementada em Campinas,pois ela trata homens e mulheres de forma igual sendo que biologicamente essa não é realidade. Maria da PenhaA teóloga Kátia Bouez Azzi, chegou a dizer que se a proposta fosse valer no Brasil, seria difícil até aplicar a Lei Maria da Penha. “Uma hora a pessoa seria homem. Em outro momento seria mulher?” Segundo o pastor Jeziel (PP), presente no debate, os educadores não têm o direito de tratar do assunto em sala de aula. “Onde querem chegar? Não temos o direito de mudar a lei da natureza”.BeijaçoNa reunião na Câmara ontem não houve protesto. Um “beijaço” foi marcado para segunda-feira, quando haverá uma audiência pública para discutir a proposta de Campos Filho, que segue de forma independente do Plano Municipal de Educação.O autorCampo Filho fez questão de dizer no debate ontem que sua luta é por uma causa, de vetar a ideologia de gênero e não para promover o preconceito contra os gays. Segundo o democrata, o que se discute é o comportamento familiar e se homem quiser beijar homem, não tem problema. EleiçãoAs articulações para a eleição de 2016 continuam intensas em Campinas. Depois de demonstrar seu interesse em ser candidato a prefeito, Pedro Serafim (PDT) prepara a mudança de partido. Ele deve deixar o núcleo pedetista para ingressar no PRB. O convite foi feito pela legenda para que ele oferecesse a candidatura ao cargo de chefe de Executivo na cidade. A negociação está avançada. AntigasAs tratativas de Serafim com o PRB são antigas e ele chegou a ensaiar a troca quando estava prestes a disputar o cargo de deputado federal. No fim, decidiu permanecer no PDT. Agora, além da candidatura, o PRB deve oferecer ao ex-prefeito até um programa de Saúde da TV. PrudênciaJá que os deputados aprovaram o financiamento privado de campanha, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, pediu para que seja estabelecido um limite de gastos. “O que eu penso ser bastante importante é que se estabeleça limite de gastos. Hoje, são os próprios candidatos que se autolimitam. Ou seja, o céu é o limite”, afirmou. Já que o céu é o limite e muitos políticos vivem nas alturas, será bem difícil conseguir aprovar essa pauta no Congresso. Quem pode grandes quantias, quer contar essa vantagem.