A Ponte Preta tem apresentado quedas acentuadas de rendimento no segundo tempo de suas últimas partidas. Isso aconteceu, por exemplo, nos jogos contra Fluminense, Criciúma e Vitória.Não acredito que exista um fator determinante, mas é um problema que merece atenção da comissão técnica e do elenco.Contra o Criciúma, a Ponte foi muito superior nos primeiros 45 minutos. Fez 2 a 0 com relativa facilidade e o adversário, bastante desfalcado, estava sob controle. Natural que os visitantes se arriscassem mais na etapa final, mas a Ponte só precisava manter o seu nível de intensidade para segurar ou ampliar a sua vantagem. O time, porém, voltou devagar, sofreu um gol e quase complicou um jogo que estava em suas mãos.Na quarta-feira, em Salvador, a história foi parecida e o desfecho, diferente. A Ponte fez um bom primeiro tempo, abriu o placar com mais um gol de seu artilheiro e foi para o vestiário ouvindo as vaias da torcida local para o seu adversário.Natural, também, que jogando em casa e mirando uma vaga no G4, o Vitória voltasse diferente após as orientações do técnico Caio Júnior no vestiário. Já era de se esperar que a Ponte encontrasse dificuldades maiores, mas a queda de rendimento foi gritante. Aos 17 minutos, a até então insatisfeita torcida baiana já celebrava a virada.No Brasileirão, perder fora de casa para qualquer adversário é normal para qualquer clube. O Inter levou 3 do Náutico em Recife, o Grêmio perdeu em Criciúma, o Fluminense perdeu no Canindé e por aí vai.A Ponte saiu de mãos vazias da casa de um adversário que briga pelas primeiras posições e isso vai acontecer com muitos times no Barradão. O problema é permitir a virada de forma tão fácil.A Portuguesa, com um jogador a menos, lutou até o fim no Couto Pereira. Deixou a vitória escapar no lance final, mas em nenhum momento se entregou. Enfrentou adversidades e somou um ponto num jogo em que não era favorita.A Ponte poderia perder no Barradão, mas a história seria diferente se o time jogasse com a mesma atenção da etapa inicial.Esse é um aspecto que Carpegiani precisa trabalhar no elenco. Sempre dá para achar uma justificativa para uma queda de desempenho e não é o tipo de problema que se possa eliminar completamente. Mas a Ponte precisa ao menos amenizá-lo. Ninguém, muito menos quem está na metade de baixo da tabela, pode se dar ao luxo de presentear o adversário com 20 ou 30 minutos de desatenção ou pouca intensidade.O Brasileirão é duríssimo e exige entrega e concentração total durante cada um de seus 3.420 minutos. No final do ano, um ponto será o suficiente para mudar a vida de muitas equipes. A Ponte precisa melhorar nesse aspecto, o quanto antes.