JULGAMENTO

Mãe de Eliza deixa sala amparada após exibição de vídeos

Acusado de mandar sequestrar e matar Eliza Samudio, ex-goleiro do Flamengo vai à juri pelo 2º dia

Agência Estado
05/03/2013 às 09:44.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:08
O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza (e), de 28 anos, chora ao conversar com seus advogados Lúcio Adolfo e Thiago Lenoir no Fórum de Contagem (Thiago Chaves/AE )

O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza (e), de 28 anos, chora ao conversar com seus advogados Lúcio Adolfo e Thiago Lenoir no Fórum de Contagem (Thiago Chaves/AE )

Por volta das 8h o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 28 anos, deixa a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e é escoltado para o fórum da cidade, onde ocorrerá o segundo dia de julgamento. 

Ele é acusado de mandar sequestrar e matar a ex-amante Eliza Samudio, de 24 anos, com quem teve um filho. As informações são do site www.estadao.com.br e da Agência Estado.

Após 971 dias atrás das grades, um dos réus mais notórios do País, Bruno vai se sentar diante de um júri popular. Sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues do Carmo, que responde por sequestro e cárcere privado da criança que o jogador teve com a vítima, também está sendo julgada.

Além de dois julgamentos de outros três acusados, marcados para abril e maio, novas investigações estão em andamento para apurar a possibilidade de outros dois ex-policiais civis mineiros terem participado do assassinato com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, outro ex-agente acusado formalmente pelo crime. Confira os principais fatos julgamento:

16h56 - O goleiro Bruno chora neste momento. Ao lado de Dayanne, ele assiste a reconstituição dos últimos dias de Eliza em seu sitio feita por seu primo Sergio Rosa Sales, que acabaria sendo assassinado em 2012 num crime que, segundo a policia, foi passional. Dayanne permanece impassível. O advogado Lúcio Adolfo entregou um lenço para o goleiro enxugar as lagrimas.

16h20 - A mãe de Eliza, Sonia Moura, deixou agora há pouco a sala do júri, amparada por sua advogada. Ela começou a chorar durante a exibição de entrevistas da filha e depois do Jorge Luiz, que denunciou na época do crime que a modelo havia sido asfixiada e seus restos mortais jogados para cães. Os vídeos estão sendo exibidos a pedido da Promotoria.

14h53 - Jurados ouvem leitura de laudos médico-legais sobre a viabilidade de Eliza ter sido morta de acordo com a descrição dada por Jorge Luiz Lisboa Rosa, de que ela teria sido vítima de uma “gravata” dada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Laudos confirmam que a descrição do assassinato coincide com o tipo de morte relatado pelo rapaz, assim como as reações da vítima que teriam sido testemunhadas por Jorge.

14h40 - Retomado em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o julgamento do goleiro Bruno Fernandes, acusado da morte da ex-amante Eliza Samúdio, de 24 anos, e da ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues do Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê do atleta com Eliza. Caso foi retomado com leitura de depoimento, prestado em Tangará da Serra (MT), pela assistente judiciária Renata Garcia Costa, que acompanhou as declarações prestadas por um primo de Bruno, o então adolescente Jorge Luiz Lisboa Rosa, confirmado o assassinato da jovem. Renata confirmou que o rapaz teve acompanhamento da família ao ser apreendido e durante o depoimento. Em seguida, ocorrerá a leitura de outras peças do processo, pedida pela defesa dos acusados.

13h09 – A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues suspende para almoço o julgamento do goleiro Bruno Fernandes após o fim do depoimento da última testemunha a ser ouvida no caso, Célia Aparecida Rosa Sales. Durante a tarde, serão lidas peças do processo e exibido um vídeo a pedido da acusação e há expectativa de que o jogador e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo sejam ouvidos ainda hoje.

12h44 – A testemunha Célia Rosa Sales afirmou em depoimento que Eliza teria dito que, se algum dia precisasse de alguma coisa, a única pessoa que não procuraria seria a mãe, Sônia de Fátima Moura, hoje dona da guarda do bebê da vítima com o goleiro Bruno Fernandes. Sônia acompanha o julgamento do goleiro em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

12h25 – Enquanto Dayanne acompanha atentamente o depoimento de Célia, Bruno se mantém de cabeça baixa. Demonstrando cansaço, ele passa o tempo todo com os cotovelos apoiados nas pernas, escondendo o rosto com as mãos. A mãe de Eliza, Sonia Moura, disse há pouco que a postura abatida de Bruno e “fingimento”. Ela acompanha o interrogatório da prima do goleiro.

12h15 – Célia Rosa Sales afirmou em depoimento que Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de infância de Bruno Fernandes, trabalhava para goleiro e para sua mulher Dayanne Rodrigues do Carmo. Mais cedo, Célia afirmou que Macarrão havia “mandado” Dayanne entregar o bebê de Bruno com Eliza Samúdio a amigos para tentar esconder a criança enquanto a polícia investigava denúncia de sequestro da criança. Depois, a testemunha se corrigiu e disse que Macarrão fez um “pedido” a Dayanne.

12h08 – Ao ser questionada pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos, Célia Aparecida Rosa Sales admitiu que o bebê de Eliza e do goleiro Bruno foi deixado “aos cuidados da Dayanne”, ex-mulher do jogador que é acusada do sequestro e cárcere privado da criança.

12h – Está sendo interrogada neste momento a última testemunha do julgamento, Célia Rosa Sales, prima de Bruno, e não tia, como chegou a ser divulgado. O seu testemunho foi solicitado pela defesa de Dayanne.

Mais cedo, Jaílson de Oliveira, detento que teria ouvido a confissão de Bola na penitenciária Nelson Hungria, foi dispensado pela Promotoria. O primeiro a depor foi João Batista Guimarães, testemunha que ouviu o interrogatório de Cleiton Goncalves, motorista de Bruno.

Renata Garcia, assistente do centro de internação que acompanhou o depoimento de Jorge Luiz na época das investigações do sumiço de Eliza, já havia prestado depoimento à distância, por carta precatória. É grande a expectativa para que sejam ouvidos ainda hoje Bruno e Dayanne.

11h28 – A prima de Bruno, Célia Rosa Sales, será a última testemunha a ser ouvida no julgamento do goleiro em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quando terminar o depoimento, deve ser lida uma carta precatória com a oitiva de Renata Garcia Costa, assistente jurídica do centro de internação em Belo Horizonte onde o primo de Bruno, o então adolescente Jorge Luiz Lisboa Rosa, hoje com 19 anos, cumpriu medida socioeducativa pelo sequestro e assassinato de Eliza Samudio.

Em seguida, o Ministério Público Estadual (MPE) vai exibir vídeos, última fase do julgamento antes de os réus serem ouvidos e ter início o debate entre acusação e defesa para que o conselho de sentença defina o destino dos acusados. O grupo de jurados é composto por cinco mulheres e dois homens.

11h26 – Um dos advogados de Bruno, Tiago Lenoir disse esta manha que as “máscaras de Bruno já caíram”, ao ser questionado sobre as entrevistas dadas pelo goleiro na época do desaparecimento de Eliza. Nessas entrevistas, ele dizia nao saber do paradeiro dela e que a tinha visto pela última vez há mais de um mês. Lenoir, no entanto, voltou a negar que o goleiro soubesse ou tenha participado do crime. “Hoje ele vai poder contar a verdade, dar sua versão, falar tudo que sabe”, disse.

11h19 – Célia Rosa Sales tentou aliviar a situação de Bruno Fernandes em seu depoimento e afirmou que o goleiro perguntou sobre a “mãe da criança” quando seus amigos voltaram para o sítio do atleta trazendo apenas o bebê que Eliza Samudio teve com o jogador. O promotor Henry Wagner Vasconcelos, porém, pediu para constar em ata a informação de que Célia, que é prima do goleiro, tem “relação de irmã” com Bruno. 

11h03 – Em seu depoimento, Célia Rosa Sales, tia do goleiro Bruno Fernandes, disse que Eliza Samudio chegou a convidar pessoas que estavam no sítio do atleta para “visitarem-na” no apartamento para onde achou que seria levada ao deixar o local com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, Jorge Luiz Lisboa Rosa e Sérgio Rosa Sales. Segundo a acusação, neste momento Eliza foi levada para ser morta pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

10h55 – Célia Aparecida Rosa Sales confirmou ter visto Eliza Samudio no sítio do goleiro Bruno Fernandes em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a testemunha, o bebê de Bruno com Eliza também estava no local, assim como as filhas do atleta com a ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo. Célia disse que conversou muito com Eliza e que a vítima ajudou até a preparar comida que foi servida no imóvel, que, segundo a polícia e o Ministério Público, serviu de cativeiro para Eliza e o bebê.

10h50 – Advogados de defesa conversam intensamente com Dayanne neste momento. Há grande expectativa para o depoimento dela, que pode ocorrer ainda nesta manhã. A juíza chegou a repreender os defensores pedindo silêncio. “Vocês estão atrapalhando os trabalhos”, disse Marixa.

10h42 - A tia de Bruno, Célia Rosa Sales, deu detalhes de seu relacionamento com o goleiro. Agora há pouco, ela contou como foi sua visita ao sítio de Bruno na época do desaparecimento de Eliza. Ela disse que foi ao local com Dayanne, “no dia 9 ou dia 10 de junho” – data em que Eliza teria sido assassinada. Ela disse ter visto a modelo no sítio, onde também estavam Macarrão, Sérgio Rosa, seu filho que foi morto, Jorge Luiz, o primo de Bruno, e Coxinha.

10h27 - Crescem nos bastidores do fórum de Contagem os rumores sobre uma possível confissão do goleiro Bruno Fernandes de Souza, que está sendo julgado desde ontem pelo envolvimento no assassinato de sua amante, a modelo Eliza Samudio. O interrogatório dele pode ocorrer ainda nesta terça-feira, após o depoimento das testemunhas que ainda faltam ser ouvidas.

10h21 – Dentro de sua estratégia de “amaciar” a imagem do Bruno diante da opinião pública e dos jornalistas, o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, visitou há pouco a sala de imprensa do fórum de Contagem, onde os jornalistas acompanham a transmissão do depoimento da tia de Bruno. Ele cumprimentou um a um os 33 jornalistas que estão no local. Questionado vai ter confissão, ele ironizou: “Claro, vou a igreja todos os dias”.

10h14 – Quem depõe agora é Célia Aparecida Rosa Sales, mãe do primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, réu do caso. Sérgio aguardava em liberdade o julgamento por júri popular pelo sequestro, cárcere privado e assassinato de Eliza, mas foi morto em 22 de agosto, em crime que a polícia afirma ser passional.

10h03 – O depoimento de João Batista foi encerrado. A defesa não fez nenhuma pergunta para a testemunha.

9h55 – Depois de uma queda de energia no Fórum atrasar a sessão, o julgamento começou. O policial João Batista Guimarães é o primeiro a ser ouvido. Ele acompanhou o depoimento do ex-motorista de Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, o Cleitão, durante a investigação.

9h28 – Sessão do júri nesta terça-feira deve começar com o depoimento de testemunhas do caso. A delegada Ana Maria foi a única ouvida até o momento, nessa segunda-feira. A expectativa é de que o julgamento possa ser encerrado nesta quarta, 6. Ontem, o advogado de Bruno dispensou as testemunhas de defesa.

Às 8h41, o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) fez uma varredura no entorno do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para eliminar o risco de atentados com explosivos.

Em breve mais informações

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1º dia de julgamento é marcado por discussões em MG

O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes, acusado de sequestrar e mandar matar a ex-amante Eliza Samúdio, e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues do Carmo, processada pelo sequestro e cárcere privado do bebê que o jogador teve com a vítima, foi marcado por pelo menos duas acaloradas discussões entre representantes da acusação, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e advogados de defesa dos réus.

Desde o início dos trabalhos na manhã desta segunda-feira no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, defensores protagonizaram bate-bocas que levaram a magistrada a interromper a sessão algumas vezes. A primeira discussão ocorreu logo no início da manhã, antes mesmo do sorteio dos jurados que compõem o conselho de sentença, quando o assistente de acusação, o advogado José Arteiro Cavalcante, acusou um dos representantes de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, de "desrespeito" e ambos levantaram a voz com dedos em riste. Durante a tarde, Silva protagonizou outro atrito, desta vez com o promotor Henry Wagner Vasconcelos, que chegou a dizer que se sentiu "ameaçado" quando o advogado, no meio do depoimento de uma testemunha, afirmou que "o bicho vai pegar" no julgamento.

E, em vários momentos ao longo do dia, a juíza discutiu com Ércio Quaresma Firpe, polêmico advogado que representava Bruno durante as investigações e que deixou o caso após aparecer em um vídeo fumando crack. Ele voltou a atuar no processo como defensor do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que será julgado a partir de 22 de abril pela acusação de assassinato e ocultação de cadáver de Eliza. Marixa repreendeu o advogado durante a manhã por causa de pedidos que fazia e que, segundo a magistrada, não caberiam naquele momento, e durante a tarde, porque Quaresma ficava andando pelo plenário e "soprando" perguntas para serem feitas à delegada Ana Maria dos Santos.

Júri

Apesar de o julgamento estar marcado para começar às 9 horas desta segunda, as discussões e uma série de questões preliminares apresentadas por acusação e defesa atrasaram o início da sessão. Apenas no fim da manhã foi definido o júri que vai julgar Bruno e Dayanne, composto por cinco mulheres e dois homens, aparentando média de idade em torno de 30 anos. Antes mesmo do sorteio dos jurados, porém, a defesa de Bruno tentou adiar novamente o julgamento.

O goleiro e sua ex-mulher já haviam se sentado no banco dos réus em novembro, quando foram julgados - e condenados - o ex-braço direito do atleta, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, outra ex-amante do jogador, Fernanda Gomes de Castro. Uma série de manobras da defesa, porém, levou ao desmembramento do processo, que resultou no julgamento iniciado nesta segunda.

Em uma das questões preliminares, Silva pediu novo adiamento dos trabalhos com o argumento de que há um recurso ainda a ser analisado pedindo que seja retirado dos autos o atestado de óbito de Eliza. O documento foi emitido em janeiro, por determinação de Marixa, afirmando que a vítima foi morta por asfixia no endereço de Bola em Vespasiano, também na região metropolitana da capital mineira. "Com esse atestado, três quesitos já estão respondidos", observou o advogado Tiago Lenoir que também integra a defesa do goleiro. Além do adiamento do julgamento, os advogados também pediram à magistrada que determinasse a retirada do atestado do processo, mas as duas solicitações foram negadas pela juíza.

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