RIBEIRÃO

Logística brasileira sofre críticas na Agrishow

Presidente da feira disse que problemas de infraestrutura geram custos extras ao produtor

Guto Silveira
29/04/2013 às 21:11.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:15
O presidente da Agrishow, Maurílio Biagi Filho, reclama da falta da logística (Sérgio Masson/AAN)

O presidente da Agrishow, Maurílio Biagi Filho, reclama da falta da logística (Sérgio Masson/AAN)

Os problemas de logística e infraestrutura foram criticados durante a abertura da 20ª edição da Agrishow, na manhã desta segunda-feira (29).

Já na entrevista dos organizadores, o presidente da feira, Maurílio Biagi Filho, classificou como "absurda" a falta de logística eficiente e de infraestrutura de transportes. “Isso é uma vergonha. É uma espécie de imposto que o produtor paga. Uma taxa que não está em lugar nenhum”, disse Maurílio.

Ele contou que desde quando era criança pensava que os portos funcionavam 24 horas, mas que só agora esse funcionamento ininterrupto foi anunciado, mas que ainda não deu muito certo. “O Brasil precisa se arrumar. Precisa parar de fazer discurso e trabalhar. A infraestrutura é o governo que tem que organizar. Mas tenho certeza que a iniciativa privada vai começar a organizar isso”, afirmou.

No discurso de abertura, Maurílio Biagi voltou ao assunto, afirmando que o país não pode mais conviver com “essa precária infraestrutura”, que tem, segundo ele, muitos problemas. Presente na solenidade, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antonio Andrade, “respondeu” aos questionamentos.

Sem precisar valores ou datas, disse que o governo pretende investir para que a infraestrutura e logística acompanhem o crescimento da produção agrícola. Ele também falou sobre o início dos testes de um sistema que visa agilizar a liberação de cargas nos portos brasileiros em até quatro dias.

“A proposta consiste em um lacre eletrônico que vai no contêiner contendo informações sobre a mercadoria. Quando essa carga chega ao porto, todo o processo burocrático já terá sido realizado e tornará mais rápido o embarque dos produtos”, explicou. O projeto é experimental e foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Mapa e a iniciativa privada.

Ele ainda mencionou o empenho do governo federal em investir em políticas públicas de armazenagem, como a criação de estoques públicos estratégicos para assegurar o abastecimento e a comercialização de grãos. “Nossa ideia é ampliar a capacidade dos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para mais de quatro milhões de toneladas. Com isso, queremos garantir os estoques reguladores e apoiar a comercialização”, disse.

Investimentos

Com a garantia de realização da Agrishow no local por mais 20 anos, com lei aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a solenidade de abertura da feira foi marcada pelo anúncio de investimentos em infraestrutura do local. Maurílio Biagi anunciou que o plano diretor da feira está pronto e que as obras começarão.

Ele anunciou a construção de uma sede para os organizadores — Abimaq, Anda, Abag e Sociedade Rural Brasileira (SRB) — e aproveitou para falar também que a Embrapa construirá também um prédio no local, numa espécie de utilização multiuso.

Segundo Luiz Albert Neto, presidente da Abimaq, afirmou que é intenção da entidade construir em Ribeirão Preto a Cidade da Agroenergia, que seria em São Carlos e que não se concretizou por problemas de licenças ambientais. E apontou que a previsão é investir nos próximos três anos mais de R$ 15 milhões no recinto. 

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