Apenas 5% ou 10% do lixo coletado na cidade deve ser aterrado com o início de funcionamento da usina de compostagem do novo aterro sanitário de Piracicaba, prevista para ser inaugurada até 2016. Atualmente são coletadas nove mil toneladas de lixo por mês na cidade. Com a nova tecnologia, considerando o volume atual de lixo coletado e que é enviado a aterros particulares de Paulínia e Rio das Pedras, somente 450 ou 900 toneladas - que serão os resíduos rejeitados após a triagem dos lixos orgânico e reciclável - terão de ser enterradas e poderão gerar energia elétrica, por meio do uso do gás metano produzido na decomposição.Esses conceitos de sustentabilidade e de gestão autossustentável que norteiam o projeto do aterro Palmeiras são inéditos no país, conforme Felipe Galdino Stipp Neto, gerente de contratos da Piracicaba Ambiental.Ontem, a Gazeta esteve no aterro Palmeiras que está sendo construído desde agosto de 2012, no bairro de mesmo nome, que fica na divisa de Piracicaba e Iracemápolis, para conferir o andamento das obras, que segundo Stipp estão dentro do cronograma.O prédio administrativo e a estrutura metálica da usina surgem em meio a uma área de cultivo de cana-de-açúcar, próximo ao quilômetro 128 da rodovia Deputado Laércio Corte (SP 147).A área total do aterro é de 540 mil metros quadrados. Já estão erguidos os prédios que serão utilizados na administração da operação de serviço de coleta de resíduos, os galpões de manutenção e lavagem dos caminhões, que contam com sistema de reuso de água da chuva e que sediará também um laboratório de análise dos resíduos. O investimento na usina deverá ser de aproximadamente R$ 70 milhões.A garagem dos caminhões de coleta de lixo e seletiva permanecerá na área urbana de Piracicaba. Atualmente está em Tupi. Stipp Neto informou ontem que está em busca de um novo espaço que deve ser estratégico para operacionalizar a logística da coleta de lixo no município. MetaPara alcançar a meta de aterrar o mínimo de 5% do lixo produzido no município, a empresa Piracicaba Ambiental, responsável pela coleta de lixo e limpeza urbana por meio da PPP (Parceria Público-privada) e a Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) deverão intensificar as campanhas de adesão da população à coleta seletiva. Os resíduos reciclados já são coletados em 100% dos bairros da área urbana e devem, a partir de 2014, chegar também à zona rural, segundo Stipp Neto.De acordo com Carlos Ambrosano, diretor do departamento de controle ambiental da Sedema, no projeto do aterro e da usina, a opção foi pela triagem manual dos resíduos sólidos, com apoio de equipamentos. "Haverá uma máquina para abrir os sacos e sacolas com o lixo, um eletroimã irá captar os rejeitos ferrosos e as pessoas irão separar os resíduos orgânicos e recicláveis. Por isso a importância da população aderir cada vez mais à coleta seletiva, separando nas suas residências os recicláveis", afirmou.Segundo Stipp Neto, desde o início da coleta seletiva, três reajustes já foram realizados na proposta por conta da adesão da população. "Na área central, onde a solicitação da Sedema era da coleta ser feita à noite, foi preciso que fosse diária e realizada no período diurno".Na área rural, o gerente acredita que o ideal será enviar às propriedades as embalagens para depósito dos recicláveis e quando estiverem cheios, os proprietários acionam a empresa que via retirar no local.Novo aterroA vida útil do aterro Palmeiras é de 20 anos com possibilidade de solicitação de prorrogação do funcionamento por mais 15 anos.Pela atual legislação, o empreendimento não poderá receber resíduos sólidos de outras cidades e, conforme Carlos Ambrosano, diretor de departamento de controle ambiental da Secretaria de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) o aterro foi projetado para receber a quantidade de resíduos sólidos do município.O aterro também irá contribuir para ampliar o programa de educação ambiental do município. Para isso, o novo prédio deixou espaços para a instalação de um playground, auditório e um palco externo, onde já foi plantada uma jabuticabeira, para a instalação de bancos. “No local, em dias em que não estiver muito calor, vamos apresentar espetáculos teatrais para os estudantes, durante as visitas ao aterro”, afirmou Felipe Galdino Stipp Neto, gerente de contratos da Piracicaba Ambiental.Ele explicou que para atender as crianças, também foi projetada uma portaria diferente para a entrada e saída de caminhões da que será utilizada pelos ônibus escolares. “Com isso as crianças não irão circular no setor de tráfego dos caminhões”.Em toda a área do aterro, as árvores plantadas são furtíferas, como jabuticabeiras, pitangueiras, entre outras.