AMERICANA

Líder da 'Igreja da Maconha' é condenado

Geraldo Baptista, 53 anos, fundou a Primeira Igreja Niubingui Coptic de Sião do Brasil

Da redação
14/05/2013 às 15:51.
Atualizado em 25/04/2022 às 16:08
Geraldo Antônio Baptista, de 53 anos,  foi preso em flagrante no ano passado em Americana  ( Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN )

Geraldo Antônio Baptista, de 53 anos, foi preso em flagrante no ano passado em Americana ( Rodrigo Zanotto/Especial para a AAN )

O líder religioso Geraldo Antônio Baptista, 53 anos, que cultivava maconha em uma chácara, foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Americana por tráfico de drogas. A sentença foi divulgada na segunda-feira (13). A pena é de 14 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. A Justiça ainda condenou ao pagamento de multa de cerca de R$ 50 mil e sequestro do imóvel.

Baptista, conhecido como Rás Geraldo, é líder da Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil. Segundo o despacho, o réu não poderá responder em liberdade.Na sentença, o juiz Eugênio Augusto Clementi Júnior não entendeu que Baptista fazia uso do entorpecente como ato religioso. Na sentença, o juiz Eugênio Augusto Clementi Júnior entendeu que não.

O caso

Geraldo, é fundador da Primeira Igreja Niubingui Coptic de Sião do Brasil, mais conhecida como “Igreja da Maconha”. Foi preso pela Guarda Municipal de Americana no dia 13 de agosto de 2012, na chácara, onde morava e que era a sede da igreja, no bairro Praia dos Namorados, em Americana. Os guardas apreenderam 37 pés de maconha — alguns tinham cerca de 1,80m de altura e outros foram plantados em caixas de leite.

Quando foi detido, os pés de maconha estavam plantados em canteiros na entrada da casa. Na varanda havia “bitucas” (restos de cigarro de maconha) em um altar. Os patrulheiros também localizaram pés de maconha secos pendurados no quarto de Baptista. Na entrada da propriedade tinham avisos colados no portão informando o horário de funcionamento e a entrada, que custa R$ 10,00.

Outro lado

O advogado de Baptista, Caubi Luiz Pereira, informou que entrará com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a sentença. Pereira disse que quer levar o caso para instâncias superiores para abrir precedentes e uso da cannabis para fins religiosos. Segundo o defensor, o caso não configura tráfico de drogas porque as testemunhas negaram em juízo que teriam comprado a maconha na igreja. “A Guarda Municipal disse que a droga era de Baptista, mas não existe nada que prove isso. Perante o delegado e o juiz eles disseram que compraram a maconha em outro legal”. Ainda de acordo com o advogado, o líder religioso plantava maconha para uso próprio.

“Vamos pedir imediatamente o habeas corpus. Foi uma sentença muito dura, em que todas as provas de defesa acabaram sendo usadas contra o réu. Foi uma distorção tendenciosa”, disse.

A companheira de Baptista, Marlene Martins, de 51 anos, afirmou que as atividades da igreja continuam, sem o uso da maconha. “Ficamos hibernando por um tempo, mas a igreja já retomou atividades de meditação e exercícios de auto-conhecimento. Geraldo deixou um exército fortalecido aqui fora, que continuará lutando pela causa”, falou.

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