PAULO EMILIANO

Lembrança da República

26/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 21:37

O dia 15 de Novembro lembra para todos os brasileiros a passagem do regime monárquico para o regime republicano. O império, com D. Pedro II, após 49 anos, encontrava-se bastante desgastado pela falta de apoio do Exército, da conservação ideológica da Igreja naquele momento específico e da oposição da elite cafeicultora rica do País. Marechal Deodoro da Fonseca, com outros que compartilhavam o sonho de um país livre do domínio da coroa portuguesa, instituíram uma nova dimensão sócio-político-econômica para o País.Um País com Ordem e Progresso não se faz da noite para o dia. O regime republicano, onde os ideais de liberdade e cidadania pulsavam muito fortes, fez também suscitar uma nova maneira de ver os acontecimentos de ontem e de hoje. Muito mais do que a lembrança de uma data que marcou efetivamente os rumos da história brasileira, tal feito sugere-nos a corresponsabilidade de construir a frase contida no Pavilhão Nacional, símbolo maior de nossa Pátria, comemorado no último dia 19.Com o findar de mais um ano se aproximando, tal feriado civil sugere o despertar para a indagação de nosso papel de cidadãos a cada dia. Os gestos de pertença e respeito para com a nação começam a partir de cada um no exercício das funções de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos, ou seja, em qualquer fase da existência humana. Na grande “polis” (cidade), as funções são interligadas, permitindo assim o acesso ao que se faz. A participação dos habitantes de um determinado lugar (país) evoca uma clara atitude democrática, conquistada ao longo de todos esses anos desde o final do século 19.O voto, que fazemos periódica e nem sempre conscientemente, torna-se um dos frutos da república num país hoje unido em seus Estados e não mais governado por uma só pessoa, mas dividindo responsabilidades dentro de uma mesma esfera administrativa com a participação popular. É preciso refletir na força do voto, de manifestações pacíficas não ideológicas, mas com o firme propósito de expressar uma situação intolerável que exige mudança de atitude das pessoas e autoridades.Os direitos e deveres de cada um tornam-se hoje uma grande alavanca para impulsionar o que há muito tempo estava adormecido: somos protagonistas de uma nova história, embora marcada por sinais difíceis no que tange à crise de valores, à impunidade e ao medo da violência entre outros. Pode-se perceber também um povo que não está insensível ao que se passa e que, discreta ou diretamente, vai se manifestando em pequenas iniciativas que podem ser mais notórias como a sua fé, esperança e alegria, nas asas da liberdade proclamada a 15 de novembro de 1889.“Eia, pois, brasileiros, avante, verdes louros colhamos louçãos! Seja o nosso País triunfante, livre terra de livres irmãos! Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós! Nas lutas, na tempestade, dá que ouçamos tua voz!” (Trecho do Hino da República – 1890)

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