MANIFESTAÇÕES

Leilão de Libra acontece em meio a confrontos no Rio

Proposta única arrematou o 1º leilão de pré-sal; oferta foi do mínimo de 41 65% de óleo-lucro

Da Agência Estado
21/10/2013 às 10:55.
Atualizado em 26/04/2022 às 06:12
A gigante espanhola Repsol, assim como as americanas e britânica Exxon, BP e BG, ficaram de fora do leilão (France Presse)

A gigante espanhola Repsol, assim como as americanas e britânica Exxon, BP e BG, ficaram de fora do leilão (France Presse)

(Atualizada às 15h55) O consórcio formado por Petrobras, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e anglo-holandesa Shell arrematou a área de Libra com uma proposta de pagamento de 41,65% do lucro em óleo para a União, exatamente em linha com o porcentual mínimo de 41,65% exigido no edital. O anúncio foi feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro.Manifestantes se dispersam na Barra da Tijuca Às 14h40, manifestantes dispersaram-se na Barra da Tijuca, no Rio, onde fica o Hotel Windsor, local do leilão do Campo de Libra. Adeptos à tática black bloc deixaram pequenas fogueiras feitas com pedaços de madeira retirados de uma obra e cocos. Pelo menos duas lixeiras grandes foram totalmente derretidas pelos ativistas. Um grupo de cerca de 40 manifestantes canta o Hino Nacional na Praça São Perpétuo, distante 50 metros da Avenida Lúcio Costa, foco dos conflitos. Um banheiro químico foi incendiado, provocando fumaça negra sobre toda a região do hotel. Bombeiros já dominam as chamas.Grupo é contido com bala de borracha na Barra da TijucaUm grupo de manifestantes com cerca de 15 pessoas tentou se aproximar do hotel Windsor pela areia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, nesta segunda-feira (21). Eles passaram pela primeira barreira de grades da Força Nacional, mas foram contidos pela segunda barreira com balas de borracha. Durante um conflito que começou por volta de 13h25, o repórter fotográfico Gustavo Oliveira, da agência britânica Demotix, foi atingido por uma pedra no braço, lançada por manifestantes.  Mais cedo, um fotógrafo do jornal O Globo, Pablo Jacob, foi atingido de raspão por uma bala de borracha.  Desde a manhã, o local tem sido palco de confrontos entre manifestantes, Exército e Força Nacional. Os manifestantes protestam contra o leilão da área de Libra, a primeira do pré-sal a ser leiloada em regime de partilha. Black blocs quebram carro TV em protesto contra leilãoUm carro da reportagem da Record foi virado e usado como escudo por Black Blocks durante manifestação contra o primeiro leilão de áreas do pré-sal, na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, nesta segunda-feira (21). Bombas lançadas por policiais atingiram a areia da praia. Black Blocs usaram tapumes de alumínio como escudo e jogaram pedras contra policiais militares, que avançam. Marcelo Tigre, 38, que veio de Brasília para participar dos protestos, levou tiros de bala de borracha na orelha e na perna. "Não vou sair daqui. Vou ficar até o fim".https://correio.rac.com.br/2013/10/capa/nacional/110383-governo-dribla-acoes-judiciais-para-leiloar-libra.htmlFerido reclama de violência da Força Nacional no Riohttps://correio.rac.com.br/2013/10/capa/nacional/110383-governo-dribla-acoes-judiciais-para-leiloar-libra.htmlUm dos feridos com estilhaços de bombas de gás na manifestação desta segunda-feira (21) na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, Irapoan Santos, da executiva do partido Pátria Livre (PPL), afirmou que a manifestação contra o leilão era pacífica até a ação de policiais da Força Nacional de Segurança. "Estávamos fazendo uma manifestação pacífica. Alguns manifestantes estavam na grade e a Força Nacional achou que isso era suficiente para disparar bombas de gás e atirar balas de borracha. É uma atitude absolutamente antidemocrática", disse Santos, que ficou ferido na perna. Ele foi socorrido por ativistas do Black Bloc."Essa atitude da polícia só inflama ainda mais os manifestantes e a situação poderá ficar muito tensa", disse. Cerca de 20 Black Blocs se agruparam e fazem um cordão em frente ao grupo. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança, um policial da Força Nacional foi atingido por um pedra.Dilma suspende compromissos para acompanhar leilãoA presidente Dilma Rousseff suspendeu compromissos que tinha na tarde desta segunda-feira (21) no Palácio do Planalto, e seguiu para o Palácio da Alvorada, de onde quer acompanhar toda a evolução e o resultado do leilão do Campo de Libra, na camada do pré-sal, previsto para ocorrer às 15h, no Rio. Dilma transferiu a audiência que teria às 15h com a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para as 17h. A previsão é que o leilão tenha uma duração aproximada de 30 minutos.Espanhola Repsol diz que não fará oferta no leilão de Libra Da redaçãoA espanhola Repsol, 15ª maior petroleira do mundo e a maior companhia energética privada hispano-americana, desistiu e não irá participar do leilão da área petrolífera de Libra, que será realizado às 14h desta segunda-feira (21), no Rio de Janeiro.  A informação é da agência de notícias Reuters e o Valor Online e foi publicada hoje (21) pelo 'The Wall Street Journal' e pela agência americana 'Bloomberg News'.ManifestantesManifestantes que protestam contra o leilão da área de Libra conseguiram romper a barreira que separava o ato do Hotel Windsor na manhã desta segunda (21). Eles derrubaram gradis e avançaram na direção do hotel. A Força Nacional de Segurança revidou com bombas de efeito moral e spray de pimenta.Mais de 4 mil trabalhadores terceirizados da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) paralisaram as atividades nesta segunda-feira (21) em protesto contra o leilão do Campo de Libra, na Bacia de Santos.Repsol A gigante espanhola estava entre as 11 empresas, ao lado da Petrobras, que haviam confirmado interesse pelo leilão.As americanas Exxon Mobil e Chevron e as britânicas BP e BG também ficaram de fora da disputa.No início, a previsão de Magda Chambriard, diretora-geral da ANP, era de que até 40 empresas participassem do leilão.Temer: leilão de Libra será feito 'de qualquer maneira' O vice-presidente da República, Michel Temer, disse não acreditar que os protestos contra o leilão de Libra possam prejudicar a realização do evento e lamentou que haja violência nas manifestações. "Não acredito (que protesto prejudique o leilão). Acho que será feito de qualquer maneira", avaliou o vice-presidente na manhã desta segunda-feira, 21, ao deixar o prédio da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), no bairro da Liberdade, onde se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, e dirigentes da faculdade. O leilão acontecerá às 14h, no Rio de Janeiro. Até o momento, já há participação de black blocs no protesto contra o leilão e dois manifestantes e um policial ficaram feridos. "Eu lamento porque essas coisas não podem acontecer. Não pode haver violência nas manifestações. O que pode haver é manifestação declarando a posição", respondeu o presidente, ao ser questionado sobre o assunto. Manifestantes depredaram abrigos de ônibus na Avenida Lúcio Costa, onde fica o Hotel Windsor, local do leilão. Várias lixeiras também foram queimadas. O grupo é formado por cerca de 400 pessoas, entre eles black blocs e sindicalistas. (Com Agência Estado) Veja também Manifestantes contra o leilão de libra rompem barreira Protesto é contra o leilão da área de Libra. Moradores próximos ao hotel na Barra da Tijuca aplaudiram manifestantes Governo dribla ações judiciais para leiloar Libra Integrantes das Forças Armada estão em frente ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio Exército já ocupa área onde será o leilão de Libra A expectativa é de que a tropa esteja preparada para agir em casos de manifestações Petroleiros da Baixada Santista entram em greve Intenção da categoria é reivindicar reajuste salarial e também fortalecer a luta contra o leilão do Campo de Libra Exército terá reforço da Marinha para o leilão de Libra Reforço será para 'patrulhamento ostensivo na faixa do litoral e nas vias do entorno' do hotel, segundo comando militar Para ANP, não existe possibilidade de leilão ser adiado Primeiro leilão do pré-sal, marcado para segunda apesar dos protestos de petroleiros e entidades de classe contra a realização da rodada

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