AMERICANA

Lanche de pernil vira polêmica no Plenário

Vereador promove festa em gabinete durante sessão e enche a Câmara Municipal de fumaça

Bruna Mozer
bruna.pinto@rac.com.br
08/06/2013 às 05:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 12:54

A contratação de um chapeiro para fazer lanches de pernil e linguiça, com uma chapa e botijão de gás, em uma sala ao lado do plenário da Câmara de Americana durante a sessão de anteontem, causou polêmica na cidade. O “churrasco” organizado para comemorar o aniversário de um vereador deixou os parlamentares numa saia justa. Segundo relatos, no final da sessão uma fumaça começou a invadir o plenário com um cheiro forte de comida e chamou a atenção de alguns parlamentares e dos jornalistas. Semanas atrás o presidente da Casa, Paulo Sérgio Vieira Neves, o Paulo Chocolate (PSC), admitiu que a Câmara não tem estrutura adequada de combate a incêndio, além da falta de laudo do Corpo de Bombeiros.

A contratação do chapeiro, conhecido como Maritaca e famoso pelos lanches que vende na festa do peão de Americana, foi uma ideia para comemorar o aniversário do vereador Pedro do Nascimento Júnior (PV), conhecido como Pedro Peol, apreciador dos quitutes. Ele admitiu que a ideia “não foi das melhores”, principalmente pelas questões de segurança do prédio, que passa por um processo de reestruturação para diminuir os riscos de incêndio, mas avaliou como “exagerada” a repercussão na cidade.

“Pode considerar isso um churrasco? Acho que não, foi feito na chapa. É de praxe ter um lanche após a sessão. Como foi meu aniversário, sugeri uma festa diferente”, disse o vereador, que completou anteontem 35 anos.

Ele afirma que as despesas foram pagas por ele e mais dois colegas: o presidente da Casa e o vereador João Carlos Alexandre (PSB), o Joãozinho do Quiosque. De acordo com Peol, foram distribuídos cerca de 250 lanches feitos com minipães ao custo de R$ 2,00 cada — um gasto de R$ 1 mil. A Câmara tem 19 vereadores.

Tradicionalmente, o Legislativo fornece lanches ao final de cada sessão, realizada às quintas-feiras às 14h. O cardápio inclui, normalmente, miniesfirras ou lanches naturais, distribuídos aos vereadores, funcionários e à imprensa.

Peol disse que seus colegas participaram da confraternização e que a repercussão negativa quanto à sua ideia surgiu depois. Mas a reportagem apurou que o clima de churrasco dentro da Câmara teria constrangido alguns parlamentares, que preferiram ir embora. “Eu sei que tudo o que a gente faz é fiscalizado, estamos sujeitos a isso. Mas não vimos nada de absurdo. Acho que exageraram”, disse, referindo-se a reportagens veiculadas em Americana.

O vereador Celso Zoppi (PT), que integra o grupo de oposição, lamentou a postura dos colegas e disse estar indignado. “Isso não é atitude para ter no plenário. É um local impróprio, sem nenhum cabimento.”

[INTERTITULO]Riscos

[/INTERTITULO][ABRETEXTO]Peol, que cumpre seu primeiro[/ABRETEXTO] mandato, admite que houve “falta de atenção” quanto aos riscos de incêndio na Casa, principalmente porque a sala onde foi instalado o botijão de gás é fechada. “Talvez não tenha sido um local adequado para fazer a festa. Foi até uma falta de atenção, mas a sala não tinha móveis, nada.”

Paulo Chocolate não foi encontrado para falar sobre o assunto. Porém, sua assessoria de imprensa confirmou que ele deu aval para a realização da festa dentro da Câmara e que contribuiu financeiramente com o colega. Também informou que o presidente está tomando as providências para colocar em prática o plano de reforma do prédio para melhorar as condições de combate ao incêndio e riscos de acidentes.

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