PAULO EMILIANO

Lançar as redes

Paulo Emiliano
13/08/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 05:37
ig - PAULO EMILIANO (CEDOC)

ig - PAULO EMILIANO (CEDOC)

Vocação é um convite feito pelo próprio Deus que chama porque ama. Na diversidade das formas de serviço que existem, o ser humano necessita identificar-se com o que faz, para descobrir a felicidade em executar algo em benefício dos outros, sentindo-se, assim, realizado.Desde o Antigo Testamento, verifica-se a iniciativa de Deus em querer fazer-se próximo do ser humano e contar com ele para fazer-se comunicar. Assim ocorreu com os patriarcas, profetas, apóstolos, homens e mulheres de fé do Novo Testamento. Na vida e na prática de Jesus o chamado se torna algo que proporciona uma nova adesão ao plano de Deus, que quer vida plena para todos e uma nova realidade embasada no ensinamento do Ressuscitado (Cf. Jo 10,10; Mt 5,1-12) que prefere contar conosco, mesmo bastando a si. Quem ouve Deus, quem o experimenta não consegue guardar para si tal impacto e se põe a caminho como o fizeram os Santos e Santas, as pessoas de boa vontade em todos os credos, que souberam e sabem acreditar na força do bem, da partilha, da tolerância e dos direitos humanos respeitados. No mês em que se lembram as diversas lideranças exercidas por clérigos, religiosos, pais, leigos, presentes na diversidade dos ministérios e serviços existentes, o empenho deve ser a alavanca, impulsionando o ato de lançar as redes, para que se possa colher algo que modifique a existência humana e dê sentido ao que se realiza em nome da fé e das utopias. (cf. Mt 4, 18-22)Uma mudança eficaz é possível, quando se muda também a forma de pensar e de agir de cada indivíduo, perpassando todo o meio no qual o ser humano está inserido. A violência, o anonimato dos que querem se utilizar de uma causa nobre, a fim de se beneficiarem ou destruírem o que se tem ou o que se adquire, parece não ter ligação com o ensinamento e proposta Daquele que veio mostrar-nos as verdades do Reino de Deus, não como um lugar específico, longínquo e inacessível, mas como livre adesão para confrontar o que se crê com o que se faz. Assim como o pescador que, a cada rede lançada, anima a esperança de obter o que se quer para si e para os seus, lancemos as sementes que estão em nossas mãos para florirem em um novo tempo a partir de hoje.

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