Justiça se reúne com os credores do Guarani

A escolha dos associados do Guarani pela proposta do Grupo Magnum pode até ter sua relevância, mas não será determinante na decisão da Justiça do Trabalho no processo da venda do Brinco de Ouro. É o que garante a juíza Ana Cláudia Torres Vianna, que, nesta quarta-feira (10), vai reunir todas as partes do processo para uma audiência. A decisão final, segundo a magistrada, não será conhecida após a reunião. A intenção é ouvir credores e o Ministério Público sobre as ofertas apresentadas. O mais importante, no meio da indefinição entre ratificar ou anular o leilão do estádio, é evitar fraude no encaminhamento da situação, diz Ana Cláudia. A juíza já recebeu da Magnum e do Grupo Zaffari, que arrematou o estádio em leilão, a confirmação de que nenhum dos lados abrirá mão da negociação. Por isso, ela conta também com a opinião do Ministério Público, que vem estudando o caso em detalhes em conjunto com a Justiça. "O que está pesando para mim hoje, em decidir pela confirmação do leilão ou pela sua anulação, é que tudo seja isento de qualquer fraude", disse a magistrada, em entrevista ao Correio Popular. "Por isso, é importante que o Ministério Público e a Procuradoria também se pronunciem. Quero resolver logo isso." Por conta da predileção absoluta do Guarani pela Magnum e até mesmo dos credores pelo fato de a empresa realizar os pagamentos imediatamente, a expectativa é até que haja um consenso por uma das propostas. Mas o fato de a juíza ter que reconhecer um erro para anular o leilão impede que a decisão se resolva apenas pela vontade da maioria. "Chega a ser inusitado e até irônico todo mundo pender para um lado. A situação se polarizou com o arrematante. Mas tudo passa pela minha decisão. A questão é saber se o leilão teve algum defeito ou não. Esse é o risco que eu não sei se estão dimensionando muito bem", lembra Ana Cláudia. Diante dessa disputa ferrenha pelo Brinco de Ouro, a juíza já vislumbra uma briga que se estenderá para além da primeira instância. "Tentei até convencer a Magnum a sair do processo e desistir dessa parceria com o Guarani, mas nas últimas vezes que o Roberto Graziano (presidente da empresa) veio apresentar a proposta, disse que vai brigar até o fim. A Maxion (do Grupo Zaffari) também não vai desistir até o último recurso", explica. "A única coisa concreta que dá para saber até agora diante dos fatos é que a disputa entre as empresas vai prosseguir depois da minha decisão." TIME BUSCA REFORÇOS O Guarani se reapresenta, quinta-feira (11) à tarde, para o início de uma mini intertemporada por conta da paralisação da Série C do Campeonato Brasileiro e deverá ter novidades. Embora ainda não confirme nenhuma contratação, o clube tem negociações avançadas com quatro jogadores que, se não chegarem nesta semana, deverão se juntar ao elenco nos próximos dias. Os reforços já encaminhados são o goleiro Henal, o lateral-esquerdo Denis, o meia Serginho Catarinense e o atacante Giancarlo. O quarteto disputou a Série A1 do Campeonato Paulista. Para o gol, Henal vem como pedido especial do técnico Paulo Roberto Santos, com quem trabalhou no São Bento. O atleta já havia sido indicado na semana passada, mas vetado pela diretoria. Depois da falha de Rafael Santos no empate com o Juventude, o treinador voltou a solicitar a contratação. Henal renovou com o clube de Sorocaba e chega ao Bugre por empréstimo. A situação é semelhante à do meia Serginho Catarinense, de 30 anos, que também estava no São Bento. Os outros dois nomes negociados pela diretoria viriam para suprir setores carentes do time. Titular do Botafogo-SP durante a campanha do Estadual, Denis Neves é opção para a lateral-esquerda, que atualmente conta apenas com Bruno Pacheco. Já Giancarlo é tido como esperança de gols para o Bugre. O atacante de 32 anos também estava no Botafogo e acumula passagens por Paraná, Coritiba e pela Ponte Preta, em 2012.