Nesta terça-feira (12), deve ser ouvido Antonio Assunção de Olim e Arles Gonçalves Junior
O policial militar reformado deve ser condenado a pelo menos 20 anos de prisão pela morte da advogada Mércia Nakashima (Cedoc)
O júri do policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010, teve briga, choro e até imagens censuradas diante das câmeras em uma sala do Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como em um reality show, no primeiro tribunal do júri transmitido ao vivo no País, coube ao juiz dirigir câmeras — e cortar a imagem, quando achou necessário.
Entre os depoimentos desta segunda-feira (11), destacou-se o irmão de Mércia, Márcio, que buscou defender a “honra” da irmã. Apesar do clima de “big brother”, nem tudo atravessou as paredes do tribunal. Uma testemunha pediu para não ter a imagem divulgada e outra não quis nem que sua voz aparecesse. Em outro momento, após um bate-boca entre o irmão da vítima e primeira testemunha do dia, Márcio Nakashima, e um dos advogados de Mizael, Ivon Ribeiro, as imagens deixaram de ser divulgadas por determinação do juiz Leandro Bittencourt Cano.
Os três advogados de defesa, no caso, adotaram posturas diferentes em sua estratégia para tentar desconstruir a tese do irmão da vítima, que aponta Souza como autor do crime. Três testemunhas de acusação prestaram depoimento ontem, mas sem a presença do réu.
Nesta terça, devem ser ouvidas outras duas: o delegado Antonio Assunção de Olim, que comandou as investigações, e o advogado Arles Gonçalves Junior, que acompanhou os depoimentos do vigia Evandro Bezerra da Silva, apontado como cúmplice, que diz ter sido torturado para confessar.
Durante o depoimento, Márcio Nakashima chorou por nove vezes, como quando foi obrigado a lembrar do último dia em que viu a irmã com vida e ao descrever o perfil dela. Segunda testemunha do dia, o biólogo Carlos Bicudo reafirmou que a alga presente em uma lâmina entregue a ele, retirada do sapato de Souza, é encontrada na represa de Nazaré Paulista, onde o carro com o corpo de Mércia foi jogado. Já o engenheiro Eduardo Amato Tolezani (Poli-USP) fez uma explanação técnica, sobre por onde Mizael passou com seu carro e celular no dia do crime.