“Ah, como é belo ter amigos pra encontrar, pois neles pode a nossa alma confiar! Na paz que dás, sinto, Senhor, Tua presença viva em nós, e no amigo, reconheço a Tua voz! Amigo é água no calor; amigo é joia de valor! Se o bem fazemos, ele apoia o nosso agir, e o pecado não ajuda a corrigir! Amigo é rima, é canção! Amigo é festa ao coração! Co´os meus amigos eu divido a minha dor, multiplico as alegrias, me completo no amor...” ( da música ‘Salmo dos Amigos’).Escolhemos essa bela poesia da música ‘Salmo dos Amigos’ para falar da Irmã Míria no 25º ano de seu apostolado na Arquidiocese de Campinas que começou com a inspiração de padres atuantes na renovação da liturgia, dentre eles Mons. Busch, Côn. Jose Luís Araújo, Pe. Paschoal Canôas, sob o báculo amigo de D. Gilberto Pereira Lopes. Difícil não nos lembrarmos de todas as suas músicas, formas de brincar e de cantar, para bendizer ao Deus, Pastor da vida. Seu sorriso aberto e suas músicas, mistura de arte, fé e bom gosto, deixam-nos um legado que o tempo se incumbirá de mostrar o quanto fez e faz pela música em nossa Igreja Católica no Brasil. Ir. Míria nunca esteve sozinha, Deus lhe proporcionou que partilhassem de seu trabalho e suas inspirações Fr. Fabretti, Pe. Lúcio Floro, Frei Luiz Prim, André Zamur, Frei Moacyr Caldenassi e outros, que vão, nas suas viagens missionárias, dividindo aquilo que Deus os fez registrar. Nem o próprio Jesus contentou a todos, mas sua mensagem permaneceu. Ao se inspirar na oração e na Eucaristia, ao fazer-nos meditar e conhecer a vida dos Santos e Santas, Ir. Míria proporciona-nos um testemunho do coração que deixa o sentimento fluir como um rio caudaloso, como uma doce permanência na varanda igual àquela em que se reunia a família Kolling, nas terras gaúchas, para cantarolar a vida, a lua, as estrelas e o vínculo que os unia: a música! Um legado que continuará fazendo cantar gerações de ontem e de hoje, na Igreja do Papa Francisco, na Igreja de todos nós, chamada a ser presença que anima, que gera esperança, que faz florir caminhos onde existem somente espinhos.Como mulher e como consagrada ao Coração de Maria, nos passos de Jesus e de sua fundadora Bárbara Maix, Ir. Míria continua exalando o suave perfume de sua consagração na ternura dos que acreditam na força da coragem, do bem, da partilha das virtudes que, numa canção uníssona, faz captar a melodia da Palavra de Deus, assim como o fizeram a rainha Ester, o Rei Davi e tantos outros, cada um à sua maneira. Ao lado de tantos talentos atuais, Ir. Míria inspirou direta ou indiretamente e continua a ser inspiração. Foi ao povo para ouvi-lo cantar, ouvi-lo chorar, ouvi-lo compor, ouvi-lo rezar por esse país afora e outros lugares também que estão guardados no coração como partituras que nunca serão esquecidas e serão executadas cada uma a seu tempo.Vinte e cinco anos dariam muitas cifras e partituras; dariam uma grande orquestra! Como é bom ter Ir. Míria entre nós, trazendo novidades musicais e de formação! Nossa Arquidiocese lhe é muito grata por toda dedicação e carinho desses longos anos. E aqui termino com a poesia de nosso saudoso João Nogueira, transformada na música “Minha Missão”:“Quando eu canto é para aliviar o meu pranto e o pranto de quem já tanto sofreu;Quando eu canto, estou sentindo a voz de um santo, estou ajoelhado aos pés de Deus.Canto para anunciar o dia, canto para amenizar a noite, canto para denunciar o açoite; canto também contra a tirania; canto porque, numa melodia, acendo no coração do povo a esperança de um mundo novo e a luz para se viver em paz!Do poder da Criação, sou continuação e quero agradecer. Foi ouvida a minha súplica!Mensageiro sou da música; o meu canto é uma missão, tem força de oração e eu cumpro o meu dever.Aos que vivem a chorar, eu vivo pra cantar e canto pra viver! Quando eu canto a morte me percorre, e eu solto um canto da garganta que a cigarra quando a canta e a madeira quando morre, canta!” (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro – “Minha Missão”)Deus inspire sempre a querida Ir. Míria como “cigarra de Deus” entre nós!