ig - PAULO EMILIANO (CEDOC)
“Ah, como é belo ter amigos pra encontrar, pois neles pode a nossa alma confiar! Na paz que dás, sinto, Senhor, Tua presença viva em nós, e no amigo, reconheço a Tua voz! Amigo é água no calor; amigo é joia de valor! Se o bem fazemos, ele apoia o nosso agir, e o pecado não ajuda a corrigir! Amigo é rima, é canção! Amigo é festa ao coração! Co´os meus amigos eu divido a minha dor, multiplico as alegrias, me completo no amor...” ( da música ‘Salmo dos Amigos’). Escolhemos essa bela poesia da música ‘Salmo dos Amigos’ para falar da Irmã Míria no 25º ano de seu apostolado na Arquidiocese de Campinas que começou com a inspiração de padres atuantes na renovação da liturgia, dentre eles Mons. Busch, Côn. Jose Luís Araújo, Pe. Paschoal Canôas, sob o báculo amigo de D. Gilberto Pereira Lopes. Difícil não nos lembrarmos de todas as suas músicas, formas de brincar e de cantar, para bendizer ao Deus, Pastor da vida. Seu sorriso aberto e suas músicas, mistura de arte, fé e bom gosto, deixam-nos um legado que o tempo se incumbirá de mostrar o quanto fez e faz pela música em nossa Igreja Católica no Brasil. Ir. Míria nunca esteve sozinha, Deus lhe proporcionou que partilhassem de seu trabalho e suas inspirações Fr. Fabretti, Pe. Lúcio Floro, Frei Luiz Prim, André Zamur, Frei Moacyr Caldenassi e outros, que vão, nas suas viagens missionárias, dividindo aquilo que Deus os fez registrar. Nem o próprio Jesus contentou a todos, mas sua mensagem permaneceu. Ao se inspirar na oração e na Eucaristia, ao fazer-nos meditar e conhecer a vida dos Santos e Santas, Ir. Míria proporciona-nos um testemunho do coração que deixa o sentimento fluir como um rio caudaloso, como uma doce permanência na varanda igual àquela em que se reunia a família Kolling, nas terras gaúchas, para cantarolar a vida, a lua, as estrelas e o vínculo que os unia: a música! Um legado que continuará fazendo cantar gerações de ontem e de hoje, na Igreja do Papa Francisco, na Igreja de todos nós, chamada a ser presença que anima, que gera esperança, que faz florir caminhos onde existem somente espinhos. Como mulher e como consagrada ao Coração de Maria, nos passos de Jesus e de sua fundadora Bárbara Maix, Ir. Míria continua exalando o suave perfume de sua consagração na ternura dos que acreditam na força da coragem, do bem, da partilha das virtudes que, numa canção uníssona, faz captar a melodia da Palavra de Deus, assim como o fizeram a rainha Ester, o Rei Davi e tantos outros, cada um à sua maneira. Ao lado de tantos talentos atuais, Ir. Míria inspirou direta ou indiretamente e continua a ser inspiração. Foi ao povo para ouvi-lo cantar, ouvi-lo chorar, ouvi-lo compor, ouvi-lo rezar por esse país afora e outros lugares também que estão guardados no coração como partituras que nunca serão esquecidas e serão executadas cada uma a seu tempo. Vinte e cinco anos dariam muitas cifras e partituras; dariam uma grande orquestra! Como é bom ter Ir. Míria entre nós, trazendo novidades musicais e de formação! Nossa Arquidiocese lhe é muito grata por toda dedicação e carinho desses longos anos. E aqui termino com a poesia de nosso saudoso João Nogueira, transformada na música “Minha Missão”:“Quando eu canto é para aliviar o meu pranto e o pranto de quem já tanto sofreu;Quando eu canto, estou sentindo a voz de um santo, estou ajoelhado aos pés de Deus.Canto para anunciar o dia, canto para amenizar a noite, canto para denunciar o açoite; canto também contra a tirania; canto porque, numa melodia, acendo no coração do povo a esperança de um mundo novo e a luz para se viver em paz!Do poder da Criação, sou continuação e quero agradecer. Foi ouvida a minha súplica!Mensageiro sou da música; o meu canto é uma missão, tem força de oração e eu cumpro o meu dever.Aos que vivem a chorar, eu vivo pra cantar e canto pra viver! Quando eu canto a morte me percorre, e eu solto um canto da garganta que a cigarra quando a canta e a madeira quando morre, canta!” (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro – “Minha Missão”)Deus inspire sempre a querida Ir. Míria como “cigarra de Deus” entre nós!