TRISTEZA

Jovens são enterrados após tragédia no Carnaval de Santos

Acidente com carro alegórico interrompeu as festividades na cidade litorânea

Nara Assunção
13/02/2013 às 15:55.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:44
Quatro feridos no Carnaval seguem internados na Santa Casa de Santos (Divulgação)

Quatro feridos no Carnaval seguem internados na Santa Casa de Santos (Divulgação)

As quatro pessoas que morreram na tragédia do Carnaval de Santos, na madrugada de terça-feira (12), foram enterradas na manhã desta Quarta-feira de Cinzas (13).

O sepultamento da jovem Mirela, de 19 anos, que estava na calçada no momento do acidente, aconteceu na Areia Branca, com a presença de familiares e amigos, além de integrantes da Sangue Jovem e do vice-prefeito de Santos Eustázio Pereira. A mãe Solange Aparecida, de cadeira de rodas, despediu-se da filha. Solange estava internada com queimaduras por conta do carro alegórico desde a terça-feira e deixou o hospital Santa Casa de Santos, sem autorização, para dizer adeus à filha. Mirela deixa uma filha de três anos.

Já os amigos de infância, que estavam empurrando o carro alegórico, o ajudante de pedreiro Leandro Monteiro e o ajudante de serviço gerais, Ludenildo da Silva Militão, foram enterrados no mesmo Cemitério, o Municipal de São Vicente, também nesta manhã. Leandro Monteiro completaria hoje 27 anos. O quarto enterro foi do organizador de eventos Wictor Ferreira, de 29 anos, no Cemitério da Filosofia.

Por conta da tragédia, a prefeitura de Santos decretou luto oficial de três dias. Além das quatro vítimas, outras quatro pessoas ainda estão internadas no hospital Santa Casa de Santos.

De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, os pacientes — Genilson dos Santos, Fabricio Cesar Silva de Morais, Julio de Carvalho Oliveira e Marcílio Robson da Silva — apresentam leves queimaduras e o estado clínico é considerado estável. Nesta quarta-feira, esperam avaliação médica para receberem alta.

Motivos

Nesta manhã, a polícia fez mais uma perícia no local do acidente. Os motivos estão sendo levantados e a perícia deve ser concluída em 30 dias. O intuito é descobrir os verdadeiros culpados e os reais motivos para que o carro perdesse o controle e colidisse com o poste, causando as quatro mortes.

Tudo aconteceu depois do desfile da Escola de Samba Sangue Jovem, a segunda da noite do Grupo Espcial, quando o último carro alegórico — que homenageava o ex-jogador Pelé — saiu do sambódromo. O carro já tinha saído da área de dispersão, quando, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, encostou na fiação elétrica de um poste na calçada.

O jornalista Bruno Rios, que sempre acompanhou o carnaval santista, e estava presente em mais este ano, viu de perto o que aconteceu. De acordo com ele, estava tudo muito alegre e bonito até que em 10 segundos tudo mudou.

"Sempre lembrarei das 10 mil pessoas deixando o Sambódromo ao mesmo tempo sem dar um piu sequer, umas 2h30 ou 3h. Silêncio total na Zona Noroeste. Isso me incomodou na hora. E me conforta agora. Ainda há respeito pela vida do próximo", falou Rios.

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