Jornalista sofre ataque pela 2ª vez em Nova Odessa

O jornalista responsável pelo jornal Varal de Notícias, de Nova Odessa, Renato Silva, vai pedir proteção ao Ministério Público (MP). Na noite de quarta-feira, 13, a sede do jornal, que funciona na casa dele, voltou a ser alvo de ataques. Segundo o jornalista, por volta das 21h foram jogadas duas pedras de calçada nas janelas da parte da frente do imóvel. Ninguém ficou ferido. Uma das janelas ficou trincada. Cerca de 20 minutos depois, a vítima disse que recebeu uma ligação no telefone fixo com ameaças. “A voz era de deboche e dizia que já tinha me alertado que era só o começo e que não havia terminado ainda”, contou.O ataque ocorreu depois de 45 dias do primeiro, em que a sede do jornal ficou com janelas e objetos destruídos. Uma banca chegou a ser incendiada por vender as edições. Silva acredita que as ameaças sejam uma retaliação do atual governo às matérias publicadas no jornal. Na primeira vez, segundo ele, foi publicada a denúncia de um médico sobre cobrança de propina na rede pública. Na época, ainda segundo Silva, o jornal foi recolhido das bancas, supostamente por funcionários da Prefeitura. “O que chama a atenção é que esse ataque aconteceu dez dias depois que o prefeito fez proposta para que eu fechasse o jornal e fosse trabalhar na Prefeitura”, disse Silva.Além de pedir proteção ao MP, o jornalista afirma que também vai pedir à Câmara dos Deputados e a Municipal o uso da tribuna para registrar as ameaças. “Vou mudar de local por segurança, mas não vou deixar de denunciar o que está errado. O povo precisa saber o que realmente acontece na nossa cidade”, frisou.O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (PSDB) nega as acusações do jornalista e garante que não o conhece e tampouco o tenha convidado para fazer parte de seu governo. “Não tenho contato com esse rapaz e respeito os jornalistas. Não estamos no Nordeste, onde tudo se resolve de forma diferente. Por quê eu jogaria pedra ou bomba na casa dele?”, disse o prefeito.O tucano afirma que não tem o que esconder dos eleitores e nem do jornal, que, em sua opinião, não tem “penetração” na cidade. “Na cidade circulam vários jornais de credibilidade e nunca tivemos problemas. Não somos bandidos e nem terroristas para fazer o que este rapaz anda falando. Tive cerca de 70% de aceitação na cidade, portanto acho que os moradores confiam em mim”, frisou.