ADMINISTRAÇÃO

Jonas planeja saneamento total da cidade até 2016

Hoje, água é ofertada a 99% da população e esgoto tratado, a 88%

Maria Teresa Costa
27/07/2013 às 13:34.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:25
Estação de Tratamento de Esgoto de Sousas e Joaquim Egídio, inaugurada ontem, vai atender 16 mil habitantes: investimento de R$ 19 milhões  (Érica Dezonne/AAN)

Estação de Tratamento de Esgoto de Sousas e Joaquim Egídio, inaugurada ontem, vai atender 16 mil habitantes: investimento de R$ 19 milhões (Érica Dezonne/AAN)

Campinas vai precisar de R$ 500 milhões de investimentos para poder ofertar água, além de coletar e tratar todo o esgoto produzido na cidade. A meta de universalização do saneamento deverá ser atingida até o final da atual Administração — hoje a água é distribuída para 99% da população, enquanto a coleta de esgoto atinge 88% das residências. O presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Arly de Lara Romêo, disse que a empresa está preparando os projetos para captar a verba necessária, tanto a fundo perdido quanto financiamento de longo prazo.Independentemente da meta de governo, a Sanasa terá que tratar todo o esgoto coletado até 2016 por força de um compromisso assinado com o Ministério Público no final do ano passado, prevendo a conclusão de três estações de tratamento responsáveis pelo despejo dos resíduos nos rios Quilombo e Atibaia. A ETE Sousas foi inaugurada ontem. A nova unidade beneficiará aproximadamente 16,5 mil habitantes. Os investimentos para a execução da obra foram de R$ 19 milhões, sendo R$ 5,2 milhões financiados pelo Programa Pró-Saneamento, da Caixa Econômica Federal e, o restante, por recursos próprios da Sanasa.A segunda, a ETE San Martin, também com obras em execução, terá de ser finalizada até o primeiro semestre de 2014. As duas deveriam ter sido concluídas em 2008. A última, a Boa Vista, possui prazo mais extenso já que as obras sequer foram iniciadas — ela deve começar a funcionar até o final de 2016.O acordo, no entanto, não é garantia de que a meta será cumprida porque ela vem sendo adiada há anos. A Lei Orgânica do Município (LOM) promulgada em 1990, por exemplo, determinava nas disposições transitórias que o município deveria assegurar recursos para que em dez anos todo o esgoto da cidade fosse tratado. O prazo venceu e Campinas tinha apenas 10% de tratamento. Em 1997, um termo de acordo em ação civil pública foi assinado e a cidade se comprometeu a cessar o lançamento do esgoto, especificamente no rio Atibaia e no ribeirão Quilombo até 2010. Isso também não ocorreu. Em 1998, em outro acordo com o Ministério Público, Campinas se comprometeu a eliminar o despejo do esgoto in natura no Rio Capivari até 2016.A redução do despejo in natura nos rios é projeto dos municípios das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que aprovaram, em 2010, um programa de investimentos de R$ 4,4 bilhões para os próximos dez anos para melhorar a qualidade e quantidade da água utilizada no abastecimento público. Com esses investimentos, os Comitês PCJ acreditam que será possível chegar a 2020 com 62% dos rios com a mesma qualidade que tinham em 1977, quando o governo do Estado enquadrou os cursos de água em classes de 1 a 4. Hoje apenas 39% dos rios têm a qualidade que deveriam possuir para atender as necessidades dos municípios.Assim, está valendo um conjunto de metas que prefeituras, Estado e instituições deverão adotar para interromper a degradação dos recursos hídricos da região, que já compromete o desenvolvimento e a competitividade da economia local. Os Comitês PCJ aprovaram o Plano de Bacias que tem como meta reenquadrar os cursos de água, e para isso será necessário reduzir perdas, tratar esgoto, ampliar o reúso de água, construir barragens e uma série de medidas até 2020.As principais metas implicam em coletar e tratar 95% do esgoto, reduzir as perdas de água na rede para 25% e enquadrar 62% dos rios nas classes que possuíam em 1977.Para que Campinas possa coletar todo o esgoto serão necessários, segundo o presidente da Sanasa, a construção de 480 quilômetros de rede, equivalente à distância de Campinas ao Rio de Janeiro. “Essa extensão aumenta a cada dia, com o crescimento da cidade. Estão em construção 16 quilômetros de rede no Jardim Satélite I, que estarão concluídos em 2014 — hoje as casas do bairro usam fossas e só há asfalto nas ruas onde passa o transporte coletivo. Ali estão sendo investidos R$ 5,3 milhões, com recursos da empresa. A intercepção dos detritos coletados será feita pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Capivari 1 — o sistema, composto por interceptores e três estações elevatórias, está concluído.Também estão em obra 9,7 quilômetros de redes coletoras de esgoto para atender a região do Jardim Satélite Íris IV e Núcleo Residencial Monte Alto. Todo o esgoto coletado nestes bairros será encaminhado para a Estação de Tratamento de Esgoto - Capivari I. Além disso, serão feitas 449 ligações de esgoto domiciliares e um total de 1,8 mil habitantes beneficiados. A obra está prevista para começar dentro de dez dias.

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