RIO DE JANEIRO

Jogador do Fluminense é pego no doping por uso de cocaína

Atacante Michael confirmou uso da substância e pode pegar 2 anos de suspensão

Agência Estado
07/05/2013 às 18:29.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:15

A diretoria do Fluminense negou nesta terça-feira (7) que soubesse que o atacante Michael tinha usado cocaína antes da partida contra o Resende, no dia 6 de abril, em Volta Redonda, quando um exame antidoping realizado pelo atleta constatou a presença da substância em seu organismo. O jogador vai ser suspenso preventivamente por 30 dias até que seja realizado um julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ) e pode ser afastado do esporte por até dois anos.

"Fomos pegos de surpresa", comentou o vice de futebol das Laranjeiras, Sandro Lima, sobre a reação dos dirigentes tricolores ao receber a notificação do exame positivo, na noite da última segunda. "Tanto é que ele jogou na final da Taça Rio (no último domingo contra o Botafogo)".

Este é o segundo caso de doping no Fluminense em uma semana. Deco foi pego pelo uso da substância furosemida, um diurético que dificulta a detecção de outras substâncias proibidas. Ao contrário do experiente meia, que alegou ter utilizado vitaminas contaminadas, o jovem de 20 anos admitiu o uso em conversa com Lima e com Rodrigo Caetano, diretor de futebol do clube, e descartou pedir a contraprova.

"Ele que iniciar o seu processo de recuperação imediatamente", destacou Rodrigo Caetano, visivelmente chateado com a sequência de episódios negativos extracampo às vésperas da partida decisiva desta quarta contra o Emelec, em São Januário, pela Copa Libertadores. "Tentamos, mas é impossível controlar totalmente a vida pessoal dos jogadores. É claro que (os assuntos de fora de campo) têm influência em campo. Procuramos evitá-los, mas nem sempre é possível".

Mesmo chateados com o episódio, o diretor e o vice de futebol tricolores disseram que o clube dará todo o apoio a Michael e elogiaram o fato de o atacante ter admitido o uso de cocaína imediatamente ao ser confrontado. "Ele nos olhou nos olhos e pediu a nossa ajuda para sair dessa", frisou Lima. "Até me surpreendeu pela sua pouca idade. Ele está assustado e já se prontificou a realizar todo o tratamento que indicarmos".

Michael deve ser submetido a acompanhamento psicológico e médico, ainda que Caetano e Lima não saibam dizer se o jogador fazia uso constante da droga ou se tratou-se de um episódio esporádico. "Esperamos mais à frente nos orgulhar de ter ajudado a salvar a carreira de um jovem promissor", disse o diretor de futebol, sobre o atacante que havia sido convocado, há quatro dias, para a seleção brasileira sub-20 comandada pelo treinador Alexandre Gallo.

Os dirigentes tricolores também reforçaram que o clube mantém um programa constante de conscientização do uso de doping. "Todo ano, na pré-temporada, mostramos as substâncias proibidas. Este ano já tivemos duas palestras. Infelizmente não foi o primeiro caso, mas esperamos que seja o último", disse Rodrigo Caetano.

O outro episódio se deu na semana passada com o mais renomado atleta tricolor. Deco, que luta contra uma série de lesões desde o início do ano, contratou advogados particulares para cuidar de sua defesa pelo uso de furosemida. O que desagradou a Caetano e Lima, apesar de garantirem que foram alertados pelo veterano de 35 anos de que ele buscaria esse caminho. "Desde o início o Deco nos informou de que sua defesa seria feita por advogados de fora do clube. Isso não nos surpreendeu, ao contrário do que foi noticiado", garantiu Caetano. "Mas estamos acompanhando de perto, pois se trata de um jogador do clube".

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