EDITORIAL

JFK, liderança e a figura dos presidentes

23/11/2013 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 22:13

Poucos episódios causaram tanta comoção na história moderna quanto o assassinato de John Fitzgerald Kennedy há 50 anos, em pleno exercício do mandato de presidente do que já era a maior potência mundial. A situação dramática de sua morte — baleado em carro aberto, à luz do dia, à frente de tantas pessoas e câmeras—, desencadeou a perplexidade em todo o mundo, que até então não concebia a possibilidade de um ato terrorista com tal atrevimento. Ainda hoje se buscam explicações para o episódio, que, não bastasse, ainda foi seguido do assassinato frio daquele que o atingiu com o fatídico tiro na cabeça, Lee Oswald, e a morte de seu irmão mais novo Bob Kennedy, também baleado de forma covarde.Não faltaram teorias de conspiração, livros, filmes, documentários, especulações sobre todos os acontecimentos que marcaram o início dos anos 60, que repercutem até hoje. Agora, completados cinquenta anos da tragédia, pergunta-se a importância e por que tanta repercussão do fato. Independentemente das implicações políticas óbvias, dos interesses econômicos e sociais atingidos, e mesmo da posição norte-americana durante a Guerra Fria, uma das possíveis respostas está justamente na importância que a maior nação democrática do mundo atribui à figura de seu presidente.Mais do que os nomes ou personagens que ocupam o que é considerado o cargo de homem mais poderoso do planeta, os americanos têm pela Presidência um grau de reverência e respeito que não é comum. Houve presidentes com baixíssimos índices de aceitação pessoal, outro forçado a renunciar, crises políticas intensas, escândalos econômicos e até sexuais, e nem por isso a função institucional da Presidência foi abalada. Com a diferença de governos populistas que procuram engrandecer politicamente personagens que, em alguns casos, beiram o caricato, lá o respeito é pelo que representa o passageiro ocasional da Casa Branca. Cada americano tem noção de que, amanhã, haverá a troca de cadeiras e tudo recomeça, e a estabilidade depende exatamente desta consciência de que o poder está acima das pessoas, que o exercem temporariamente.Certamente por isso, ex-presidentes são respeitados, a despeito de sua história, até porque são realmente responsabilizados pelo que fazem. E é por isso que a democracia norte-americana, mesmo sem a eleição direta e compulsória dos cidadãos, com um intrincado sistema de representação, ainda é uma referência política para a liberdade de seu povo. E nomes como o de JFK ainda são ícones políticos.

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