DE MARLEY A BOLT

Jamaica: onde a natureza dita o ritmo

Os índios taínos a chamavam de Xaymaca, a "terra da madeira e da água", tamanha a exuberância do verde que cobre essa terra e o azul do mar que a cerca

Fábio Gallacci
12/06/2015 às 21:04.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:49
Vista da praia do complexo AMResorts, em Montego Bay (Fábio Gallacci/ AAN)

Vista da praia do complexo AMResorts, em Montego Bay (Fábio Gallacci/ AAN)

“A ilha mais bonita que meus olhos jamais haviam contemplado.” Foi assim que o navegador genovês Cristóvão Colombo referiu-se à natureza exuberante e às praias de areia branca que encontrou em meio ao Mar do Caribe no distante ano de 1494. Os índios taínos, antigos habitantes do lugar, chamavam esse paraíso de Xaymaca, a “terra da madeira e da água”. Descoberta por espanhóis e depois colonizada pelos ingleses, a ilha também serviu como porto dos piratas que saqueavam os navios carregados de tesouros que cruzavam o oceano e de entroncamento para o tráfico de escravos. Muitos negros vindos da África foram forçados a trabalhar e a sofrer sob o sol escaldante nas plantações de cana-de-açúcar. Mão de obra que acabou sendo substituída por imigrantes chineses e indianos. Tempos depois, pelas ondas do rádio e nos bolachões de vinil, um nativo de mãe negra e pai branco chamado Robert Nesta Marley colocava com suas tranças dreadlocks esse país definitivamente no mapa. O ritmo hipnotizante do reggae, as letras de protesto e devoção ao deus Jah Rastafári atraíram ouvidos, corações e mentes do mundo para ela: a Jamaica. Foto: Fábio Gallacci/ AAN Rasta segura a bandeira do movimento rastafári na cidade de Falmouth É impossível não lembrar do Brasil ao se deparar com a paisagem que insiste em se exibir pelos estreitos caminhos por entre as montanhas que levam ao vilarejo de Nine Mile — berço e mausoléu do rei do reggae —, com suas casas pobres e barracos de madeira com a criançada brincando por perto. Mergulhar nas águas transparentes em um banho de mar em Montego Bay, ou MoBay para os íntimos, a segunda maior cidade da ilha, é um convite a sentir um gostinho do paraíso e ter a sensação de estar em casa. O mesmo pode se dizer ao escalar as cascatas de Dunn's River Falls, em Ocho Rios, ou curtir o pôr do sol em Negril. Estes lugares estão entre os principais destinos de estrangeiros no país, com seus resorts de luxo all inclusive e praias particulares. Como se não bastasse, ainda há a imponência do Blue Mountain Peak, que alcança 2.256 metros. Ali é cultivado um dos melhores, e mais caros, cafés do mundo. O gigante pode ser visto das janelas da capital, Kingston. Mas é a pele negra de seu povo, o colorido das frutas e do artesanato nas bancas, as senhoras com suas sacolas de compras conversando sem pressa, o peixe sendo limpo na rua, alguns velhos rastafáris nas calçadas e até mesmo a pobreza que cruza sem disfarces o caminho dos turistas que oferecem o verdadeiro espírito jamaicano.O inglês todo particular falado na ilha e o patois, dialeto muito comum entre a população, não chegam a ser obstáculos para quem chega pela primeira vez. Até se você não fala inglês, no problem. O cartão de visitas dos nativos é uma expressão de acolhimento e camaradagem que serve para quase tudo por ali. Basta incluir um “Yah, man!” na conversa que, pronto, você está integrado ao ritmo da ilha caribenha que tem muito de Brasil. Foto: Fábio Gallacci/ AAN Mercado popular na periferia de Kingston   James Bond, o agente 007, nasceu aquiEm 1952, o jornalista, escritor e oficial da Inteligência Naval do Reino Unido Ian Fleming criava um mito da literatura e do cinema em sua casa em Oracabessa, na costa Norte da Jamaica. O agente secreto James Bond, também mundialmente conhecido como 007. A primeira obra foi Casino Royale. Uma década depois, já consagrado pelos livros, o personagem ganha a telona e tem a mesma Jamaica como cenário. O filme 007 Contra o Satânico Dr. No, de 1962, é o primeiro filme da série até hoje campeã de bilheteria. Neste mesmo filme, a atriz suíça Ursula Andress protagonizou uma cena clássica, quando sai do mar com um biquíni branco – feito por ela - portando uma faca de mergulho no quadril. Assim, a primeira bond girl da história fazia queixos caírem ao redor do mundo.  Resort oferece um pedaço do paraíso à beira-marCurtir as paradisíacas praias jamaicanas e ser tratado com mimos dignos de um lorde, como champanhe à beira-mar, massagem relaxante ao pôr do sol e shows exclusivos sem sair do hotel. Ya man, isso é possível! A rede AMResorts conta atualmente com dois empreendimentos cinco estrelas na cidade de Montego Bay, o Secrets Wild Orchid e o Secrets St.James. Ambos somam 700 apartamentos sendo 166 com conceito Preferred Club, caracterizado pelos serviços exclusivos de luxo. Foto: Fábio Gallacci/ AAN Boneca negra tradicional da Jamaica Norte-americanos, canadenses e europeus, que muitas vezes preferem ficar apenas dentro dos resorts em suas temporadas, são o público mais comum por ali. “O Preferred Club é uma forma de oferecer serviços exclusivos de uma maneira inovadora e diferenciada”, diz o diretor de Marketing, Ney Huberto Neves, lembrando que o pacote especial disponibiliza aos hóspedes check-in e check-out em áreas privadas, bufê de café da manhã e snacks quentes e frios das 7h às 23h, além de praia e piscinas privadas. O complexo dispõe de sete restaurantes, bares e night club. Todos os hóspedes tem à disposição serviço de garçons na praia e na piscina, por exemplo. A marca Secrets é exclusiva para adultos. Ao todo, a rede AMResorts possui 47 unidades em oito países e mais de 17 mil apartamentos.Amstar DMCPara curtir ainda mais a viagem, guias especializados e transporte de qualidade são essenciais. Esse é o papel da Amstar DMC, empresa de gerenciamento de destino dedicada a fornecer serviços para indivíduos, grupos, empresas, operadores turísticos e organizadores de eventos. Com 25 anos atuando no México, República Dominicana e Jamaica, recentemente, ampliou suas ações para a Costa Rica, Havaí e China.Perfeita para brindar a vidaA Jamaica quer mostrar ao mundo que é muito mais do que a terra do rei do reggae, Bob Marley, ou do recordista das pistas de atletismo Usain Bolt. Após investir em infraestrutura rodoviária, aeroportuária e turística nos últimos anos, a ilha se apresenta como uma das grandes portas de entrada para o Caribe.Com atrações que oferecem lazer, esporte, culinária e cultura para todas as idades e bolsos espalhadas por seu território, o país quer se aproximar da América Latina e, mais precisamente, do Brasil. Foto: Fábio Gallacci/ AAN Por do sol na praia do complexo AMResorts Alex Pace, diretor de Turismo da Jamaica para a América Latina, reforça que muito tem sido feito na ilha para receber os estrangeiros. “O turismo é uma das primeiras fontes de atração de visitantes e renda do país. Mas não foram incrementadas apenas as cadeias hoteleiras. Também há investimento na infraestrutura, como melhorar as estradas, por exemplo. Isso também traz benefícios à população local”, afirma.Pace lembra ainda que os dois maiores aeroportos — de Montego Bay, que recebe grande parte dos turistas, e o da capital, Kingston — foram remodelados em 2011.Sem pressaOs investimentos em infraestrutura ainda têm feito com que os turistas fiquem mais tempo no país. “Tradicionalmente, os turistas brasileiros, por exemplo, ficam de cinco a sete dias. Hoje, temos percebido que esse período aumentou para dez. Isso acontece também porque aquela antiga ideia de que a Jamaica era somente praias e hotéis, sem a possibilidade de sair desses lugares, mudou. O país tem hoje 150 atrações espalhadas por seu território”, ressalta. “As pessoas podem vir nos conhecer porque nós também queremos conhecer vocês”, convida o representante da ilha com a maior positive vibration do Caribe.Pontos turísticos têm beleza, romance e histórias de fantasma Doctor's Cave – Montego BayÉ preciso pagar uma taxa para entrar. O local é pequeno e de estrutura simples, mas o mar belíssimo e a areia branca compensam muito o passeio.Dunn’s River Falls – Ocho RiosDunn’s River Falls são um dos tesouros da Jamaica. Um cenário único, onde os visitantes podem escalar as rochas contra as pequenas quedas d’água. Perto dali, em 1657, os ingleses venceram os espanhóis na batalha conhecida como Las Chorreras e tomaram posse da ilha. O local emprestou sua beleza para cenas dos filmes 007 Contra o Satânico Dr. No (1962, com Sean Connery) e Cocktail (1988, com Tom Cruise). Lover’s Leap - South CoastO Salto dos Amantes é um precipício de 518 metros de altura. Ele foi batizado assim após o surgimento da lenda envolvendo dois amantes escravos do século 18 conhecidos como Mizzy e Tunkey. Um capataz teria se apaixonado pela mulher e, em uma tentativa de tê-la para si, fez com que seu namorado fosse vendido para outra propriedade. A dupla, então, fugiu para evitar a separação e foi perseguida até a beira do precipício. Para continuarem juntos, os dois pularam para a morte.Rose Hall Great House e a Bruxa Branca – Montego BayRose Hall, um dos mais famosos palácios da Jamaica, é a Casa Grande de uma antiga plantação de cana-de-açúcar. A história do local está ligada a Annie Palmer, a Bruxa Branca, uma mulher de grande beleza. Em 1820, aos 17 anos, ela chegou à Jamaica como mulher de John Palmer, o dono da fazenda que contava com 2 mil escravos. Annie tinha sede de poder. Teve vários amantes entre os escravos e assassinou muitos deles, assim como John Palmer e outros dois maridos, igualmente ricos. Annie foi morta em sua cama, com a ajuda de vodu. A lenda diz que seu espírito ainda circula por ali. À noite, a história é encenada pelos cômodos. Copa Airlines tem Campinas como seu ponto estratégicoA gerente de vendas da Copa Airlines, Nádia Kardouss, valoriza a posição de Campinas como ponto estratégico para quem deseja rumar para a Jamaica. “Queremos mostrar que, muitas vezes, durante a semana, nos horários de pico, é muito mais fácil chegar ou sair por Campinas do que por Guarulhos. Na volta de uma viagem, a pessoa ainda pode chegar mais rápido em casa desembarcando em Campinas”, afirma elaNádia aponta ainda que o Aeroporto Internacional de Viracopos é visto como a base da Copa Airlines para atrair os passageiros do Interior paulista, Sul de Minas Gerais e Norte do Paraná.VoosOs voos de Viracopos com destino a Jamaica saem às quartas e sábados, à 1h45 e às 11h24 respectivamente. Há uma escala na Cidade do Panamá. A volta a Campinas também acontece às quartas e aos sábados, à 0h30 e às 12h22. O valor das passagens de Campinas a Montego Bay ou Kingston, ida e volta, é de 1,2 mil dólares. Foto: Fábio Gallacci/ AAN Jerk food sendo preparada de forma tradicional: cardápio quente Antes de irÉ necessário visto para entrar na Jamaica? Brasileiros não precisam de visto para viagens de turismo por período inferior a 30 dias.O comprovante de vacinação é exigido? Sim. Viajantes que vão para países onde existem áreas endêmicas de febre amarela, como a Jamaica, são obrigados a portar o comprovante de vacinação. Tours e traslados:Nine Mille: 100USD por pessoaOcho Rios, Dunns River: 90USD por pessoaNegril, Ricks Café: 70USDHighlights Montego Bay: 50USDTransfer Aeroporto X Secrets: 25USD (compartilhado com outros passageiros)Transfer: Aeroporto X Secrets: (privado) USD 92.50 ou USD 187.50 (ida e volta) O repórter viajou a convite da AMResorts e da Copa Airlines  

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