OPINIÃO

Investimentos e os gastos priorizados

17/02/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 04:19

Todo modelo de gestão eficiente pressupõe uma alta dose de planejamento e definição de metas, otimizando os esforços para atingir os objetivos de trabalho. Em qualquer etapa de organização, é preciso ter claramente formatados os passos a serem dados, as graduações de investimentos, os recursos a serem utilizados, sob a pena de se verem frustradas as expectativas e se acumularem os prejuízos.

O que é uma regra de ouro na iniciativa privada, uma vez que pode determinar o sucesso de um empreendimento ou seu fracasso total, passa muitas vezes por um mero detalhe no serviço público. Por incompetência administrativa dos governantes — e, em alguns casos, por absoluta irresponsabilidade —, desperdiçam-se recursos tão escassos em projetos sem substância, sequer com um mínimo de aplicabilidade dentro dos mandatos.

O caso da compra de kits para o setor de Educação em Campinas, no valor de R$ 10,9 milhões e que seriam utilizados em projeto educativo de reciclagem de papel, é um exemplo pronto do quanto falta de critérios na gestão do orçamento municipal. Fechada a compra nos estertores da passada Administração, que, diga-se de passagem, não teve tempo para traçar qualquer projeto de governo de médio prazo, mostra o quanto falta de visão administrativa e cuidado com o bem público (Correio Popular, 15/2, A6).

Por medida sensata, a nova secretária de Educação reafirmou a intenção de utilizar o material na rede pública municipal, mas deixou transparecer o desconforto da herança de um projeto que poderia não estar enquadrado nas prioridades determinadas para o setor de Educação, que já tem problemas demasiados e deveria começar o novo período dentro de um padrão ditado pela nova Administração.

Mesmo com a Lei da Responsabilidade Fiscal, que obriga prefeitos e governantes a passarem o bastão a seus sucessores com as contas equilibradas, ainda restam possibilidades de investimentos feitos em procedimentos inadequados e que comprometem orçamentos, programas de trabalho e metas de primeiro momento. O prejuízo maior fica com a sociedade, obrigada a custear propostas mirabolantes, inconsequentes que podem se tornar pesos indesejáveis a serem superados com o sacrifício de outras prioridades.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por