CAMPINAS E REGIÃO

Investimentos criam novo eixo de expansão

Qualidade de vida cada vez maior e fluxo industrial formam polo de desenvolvimento

Maria Teresa Costa
10/09/2013 às 05:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 02:55
Entrada de Paulínia, onde a população aumentou 12,81% em três anos (Gustavo Tilio/Especial para AAN )

Entrada de Paulínia, onde a população aumentou 12,81% em três anos (Gustavo Tilio/Especial para AAN )

Um novo eixo de atração populacional está se formando na Região Metropolitana de Campinas (RMC), e embora abrigue apenas 9,5% da população regional, sua porção nordeste é a que agregou proporcionalmente o maior número de habitantes nos últimos três anos, invertendo a tendência de crescimento no eixo da Rodovia Anhanguera, que prevaleceu nos anos 80 e 90. Agora é a vez das cidades dos eixos das rodovias Zeferino Vaz (SP-332) e Governador Adhemar Pereira de Barros (SP-340). Quatro das cidades desse bloco — Paulínia, Engenheiro Coelho, Holambra e Jaguariúna — fazem parte do grupo de 32 cidades paulistas que tiveram taxas superiores a 10% de crescimento populacional. Por trás desse incremento populacional, segundo o pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Jefferson Mariano, está o aumento nos investimentos produtivos. A liderança na RMC é de Paulínia, que cresceu 12,81% em três anos e ocupa o sétimo lugar no ranking estadual. Depois vem Engenheiro Coelho (12,47%), na décima posição do Estado, seguida de Holambra (12,46%) em 11 e Jaguariúna (11,7%) em 17. Na RMC, todas as cidades, com exceção de Santa Bárbara D’Oeste, tiveram um incremento populacional acima da média do Estado, que foi de 5,8% no período. “É verdade que não é possível estabelecer uma relação direta entre expansão da atividade econômica e crescimento populacional. No entanto, é fato que a introdução de novas atividades econômicas ou aumento dos investimentos produtivos são importantes vetores de atração populacional”, afirmou. A tendência de polo de atração de Jaguariúna, Holambra, Engenheiro Coelho, Paulínia, Artur Nogueira e Cosmópolis já vinha sendo verificada desde 2000. O censo de 2010 e a projeção populacional para 2013 reforçaram esse novo perfil. Na RMC, Paulínia, Engenheiro Coelho, Holambra e Jaguariúna são cidades que integram o grupo de localidades com elevado crescimento populacional. Em Jaguariúna, segundo Mariano, além da presença de grande indústria de bebidas houve, em 2011, investimentos anunciados em setores industriais nas áreas químicas e de papel e celulose. Paulínia apresenta grande participação na atividade de indústria química e petroquímica. Holambra é um grande polo de atividade turística, além de importante produtor agropecuário, em especial no segmento de flores. São cidades com altos valores de Produto Interno Bruto por habitante (PIB per capita) — Paulínia gera R$ 98,6 mil por habitantes, Jaguariúna R$ 69,1 mil e Holambra, R$ 45,6 mil. Qualidade de vida, segundo a demógrafa Claudia Helena Figueiredo, tem sido fator importante nos deslocamentos populacionais. “As cidades que mais cresceram na RMC têm menos de 100 mil habitantes e têm oferta de empregos. Elas têm problemas de segurança, mas nem se comparam com as cidades maiores e o fato de a RMC ter uma boa rede de estradas, o que é importante para a mobilidade interna. As pessoas já não precisam mais morar onde trabalham”, disse. Cláudia trabalha em uma empresa que faz consultoria para investidores, que buscam locais para levar seus investimentos. “Hoje a qualidade de vida pesa muito nas decisões e às vezes é mais importante que os incentivos fiscais que os municípios oferecem”, disse. Quanto menor a cidade, maior o crescimento As cidades menores da Região Metropolitana de Campinas (RMC) irão crescer com os investimentos na ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, na opinião do presidente do conselho de desenvolvimento da RMC, Milton Serafim (PTB). Segundo ele, por terem qualidade de vida melhor que nas grandes cidades, serão as mais procuradas para morar. “Hoje não precisamos mais morar no mesmo lugar do trabalho e isso já é uma realidade na nossa região. Viracopos vai dar mais impulso ainda a esse perfil”, afirmou. Contam nessa opção, disse, o preço das terras, as facilidades de mobilidade, a segurança e o custo de vida. “Pelo preço de um terreno de 250 metros quadrados em Valinhos é possível comprar quase um alqueire em Engenheiro Coelho. Quem quer morar bem, com muito espaço e tranquilidade, acaba optando por uma cidade menor, e essa tem sido uma tendência das empresas que estão vindo para a região. Os executivos acabam preferindo morar nesses locais, porque conseguem se deslocar rapidamente para outras cidades dentro da região e suas famílias vivem onde têm mais qualidade de vida”, afirmou.

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