Programa Cartão Recomeço compensará entidades assistenciais no custo do tratamento
Imagem de usuário de crack (France Presse)
Pelo menos 3 mil dependentes químicos das cidades de Diadema, Sorocaba, Campinas, Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, São José dos Campos, Osasco, Santos e Mogi das Cruzes receberão tratamento contra o vício do crack.
As 11 cidades do Interior Paulista serão contempladas com o programa que prevê um cartão de R$ 1.350 para ajudar os dependentes que querem se tratar do vício da droga.
O programa denominado Cartão Recomeço, é uma parceria entre o governo do Estado e entidades especializadas, que prestam serviços de acolhimento, recuperação e trabalho de reinserção social de usuários de drogas às prefeituras.
O benefício não será pago ao dependente ou à sua família, será destinado diretamente à entidade de tratamento por meio do cartão, que também servirá para controle de comparecimento ao tratamento.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, cerca de 3 mil dependentes químicos serão tratados nas cidades participantes do projeto.
O cartão servirá apenas para custear as despesas de recuperação dos dependentes químicos que buscarem ajuda voluntariamente. A duração do benefício é de até 180 dias e o valor será depositado na conta da instituição credenciada.
As entidades de acolhimento serão escolhidas por sua capacitação técnica e a triagem dos ‘candidatos’ apresentados voluntariamente será feita pelas prefeituras.
Em São José dos Campos, segundo a Secretaria de Promoção da Cidadania, são 4.000 dependentes de crack. O Caps-AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) da cidade atende 900 usuários de drogas, dos quais 40% são usuários de crack.
O projeto
O Cartão Recomeço é uma parceria entre o governo do Estado de São Paulo e entidades especializadas, que prestam serviços de acolhimento, recuperação e reinserção social de usuários de drogas. O Cartão servirá para custear as despesas de recuperação dos dependentes químicos que buscarem ajuda voluntariamente.
Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Unifesp, que participou da criação do Cartão Recomeço, a vantagem do modelo é descentralizar o financiamento do tratamento, segundo informação da agência estado. “Muitas famílias, mesmo de classe média, estouram o orçamento tentando pagar tratamento para o familiar dependente.” Com o cartão, diz Laranjeira, as famílias terão uma “proteção” para o caso de o parente ficar viciado. “A família poderá ter dinheiro para oferecer ajuda caso o dependente aceite uma internação.”
O governo também ressalta que o recurso é carimbado, só podendo ser sacado para pagamento em clínicas credenciadas. O plano envolve técnicos das Secretarias de Desenvolvimento Social, da Saúde e da Justiça. O pagamento sairá do orçamento da Secretaria de Desenvolvimento.