Clube acredita em má vontade dos Bombeiros em liberar o estádio; novela se arrasta há três meses
Interditado pela Federação Paulista desde o dia 9 de dezembro, a liberação do Brinco de Ouro virou uma novela, cujos principais protagonistas são Guarani e Corpo de Bombeiros de Campinas. Enquanto as obras para receber a seleção da Nigéria não começam, o Bugre tinha o plano de mandar os primeiros jogos da Série A2 em sua casa, mas ficou impossibilitado por não obter uma liberação da corporação. O fato gera indignação no clube, que vê, entre outras coisas, "má vontade" dos responsáveis em sequer realizar uma vistoria no local.O problema persiste desde o dia 5 de novembro do ano passado, quando o clube solicitou uma visita dos Bombeiros para efetuar a vistoria e emitir o laudo que permitiria a utilização do estádio. "Fizemos o primeiro protocolo no início de novembro e ele ficou parado nos Bombeiros para análise até o dia 27, sem nenhuma resposta. No dia 5 de dezembro, depois de o Guarani cobrar, ninguém encontrava o projeto", relata Marcos Ortiz, diretor-geral do clube. "Depois que ele foi encontrado, as alterações solicitadas foram providenciadas, mas, desde então, não tivemos resposta. Cobramos os Bombeiros de São Paulo e eles dizem que o problema é dos Bombeiros de Campinas. Cobramos Campinas e dizem que o problema é de São Paulo. Nesse jogo de empurra, o Guarani vê seu estádio interditado por falta de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros)" .No início dessa semana, representantes do clube estiveram reunidos com o major comandante do Corpo de Bombeiros, Wilson Lago Filho, e o capitão Alexandre Roberto Antunes. A expectativa era conseguir uma vistoria no Brinco para que o Bugre enfrentasse o Marília, sábado (8), em seu estádio. Isso, no entanto, não aconteceu. "Saímos de lá otimistas, mas nos chegou uma resposta de São Paulo de que o capitão Antunes se recusou a fazer qualquer visita ao Brinco", lamenta Ortiz.A indignação dos bugrinos se deve também pelo fato de o clube ter jogado em estádios como o de Jacareí, alvo de críticas por sua estrutura precária. "Nos disseram que cada caso é um caso. Isso só me faz crer que a liberação se dá por amizade, interferência pessoal ou relacionamento. Ninguém sabe nos dar uma resposta. São dois pesos e duas medidas. Ou estamos sendo alvo de um joguete político cujos interesses não sabemos qual é, ou contamos com a negligência e má vontade de uma corporação que do Guarani sempre mereceu apenas elogios", conclui Ortiz.BOMBEIROSFoi tentado contato com o major Lagos e o capitão Antunes durante a tarde desta quinta-feira (6), mas ambos não se encontravam no quartel e a informação da corporação é de que eles só poderiam atender a reportagem nesta sexta-feira (7).