CAMPINAS

Instituto Agronômico chega à milésima variedade

Lançamento de novo cultivar de feijão, o Milênio, marca os 128 anos do IAC, nesta sexta

Rogério Verzignasse
29/06/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 10:42

Uma celebração especial, com direito a homenagens a produtores rurais, pesquisadores e servidores de apoio, marcou nesta sexta-feira (28) as festividades pelos 126 anos do Instituto Agronômico (IAC) em Campinas. A instituição, tradicionalíssima, sempre contribuiu para a modernização do campo, gerando soluções técnicas para o aumento da produção de alimentos pelo Brasil. Mas nesta sexta havia um motivo especial para festa: o lançamento do milésimo cultivar da história do instituto.

A IAC Milênio é uma nova variedade de feijão. No programa de melhoramento do feijoeiro, esse cultivar é o melhor já desenvolvido, considerando-se produtividade, estabilidade de produção, qualidade de grãos, teor de proteínas, tempo de cozimento. Mas a principal característica da variedade é a resistência a doenças como a antracnose e à murcha de Fusarium, as duas causadas por fungos e responsáveis atualmente por nada menos que 30% dos recursos gastos pelo produtor com a aplicação de agrotóxicos.

A nova variedade entusiasma. De acordo com o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell, a modernização contribui para que o feijão deixe de ser uma cultura de subsistência e se torne cada vez mais um artigo de agronegócio. Estima-se que, por tantas qualidades, o IAC Milênio se torne rapidamente um dos cultivares mais plantados no Brasil.

“A partir do melhoramento genético, podemos colocar no mercado grãos de qualidade, em qualquer época do ano”, afirma. Atrativos, avalia, que incentivam o produtor a investir em maquinário, aprimorar a produção, fechar negócios, gerar posto de trabalho, lucrar. Carbonell trabalha desde 1994 no instituto e, coincidentemente, sempre esteve envolvido no melhoramento do feijoeiro.

As pesquisas com o IAC Milênio começaram em 2007 e foram financiadas por recursos do governo paulista, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As sementes, estima-se, estarão disponíveis para as empresas multiplicadoras a partir do final deste ano.

Carioca

A tecnologia desenvolvida no IAC ao longo das décadas está muito presente nas mesas brasileiras. Saiu do instituto ainda nos anos 70, por exemplo, o cultivar do feijão carioca, ou carioquinha, até hoje o mais consumido pelos brasileiros.

De lá para cá, 42 cultivares de feijoeiro foram desenvolvidos, um melhor que o outro. “O Agronômico produz ciência agrícola com elevada competência, com resultados que atravessam décadas”, diz o diretor. “Hoje, focamos as pesquisas na qualidade nutricional do grão”, diz o diretor.

Pesquisa

O IAC contribui efetivamente, ao logo de seus 126 anos, com soluções tecnológicas que beneficiaram o pequeno, o médio e o grande produtor. A pesquisa modernizou a produção de grãos, hortaliças, frutas, café, cana-de-açúcar, látex e flores. Em espaços menores, o agricultor produz mais e melhor.

O instituto também desenvolve tecnologia nas áreas de fitossanidade, recursos genéticos, engenharia e automação, climatologia e solos. Sustentabilidade ambiental e viabilidade econômica sempre nortearam a prestação de serviços.

O agricultor aprende a aplicar corretamente os agrotóxicos, a evitar desperdícios e contaminação. O treinamento de lavradores é feito na própria roça. As pessoas interessadas em saber detalhes sobre a história e a estrutura atual do instituto podem acessar o site do IAC

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