Instalação de presídio leva prefeito tucano a criticar o governo estadual

A construção de um presídio feminino em Guariba, levou o prefeito Hermínio de Laurentiz (PSDB) a criticar o governo de seu próprio partido e até a se afastar do cargo por 120 dias. Ele está no comando da cidade pelo quarto mandato (1997 a 2004 e 2008 a 2016) e não gostou da decisão estadual. “Estou frustrado. Guariba é uma cidade pequena, com muitos problemas, mas sempre buscamos um equilíbrio para que as pessoas vivam bem. A construção do presídio vai quebrar este equilíbrio”, disse.

Ele disse que o afastamento do cargo fgoi motivado por uma série de fatores, entre eles a de dar oportunidade a seu vice-prefeito, o médico Francisco Maçano (PSB) de “criar um maior víncluo com a população” e almejar vôos mais altos. “Até porque já fui reeleito e não posso me candidatar na próxima”, afirmou.

Mas logo depois de falar da oportunidade ao vice, ele volta ao assunto do presídio, que terá capacidade para 750 detentas. “Infelizmente o governo estadual entendeu de instalar os presídios no interior. E com a experiência de três mandatos, sei que haverá impacto na cidade. E o pior é que o governo estadual não tem um departamento para cuidar destes impactos nas cidades”, afirmou.

Além do impacto, ele também se frustrou com os “ouvidos moucos” do governo estadual em ouvir os reclamos da cidade. “Tentei por inúmeras vezes uma reunião com o governo estadual e não fui atendido. Não é possível que um prefeito no quarto mandato não tenha a oportunidade de conversar e buscar uma solução”.

Inconformado, ele enviou um e-mail, segundo ele, pedindo ajuda ao presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias, para marcar audiência. “Cobrei do presidente do PSDB. Não para aproveitar a posição de filiado, mas por entender que quando o governo toma a decisão, nasce o nosso direito de cobrar vantagens para compensar”, comentou.

HOSPITAL

Depois da cobrança, o governo estadual começou a conversar com a Prefeitura de Guariba. Hermínio quer apenas que o estado assuma um hospital da cidade que hoje é administrado pela Santa Casa e que consome recursos municipais, mas tem boa estrutura. “Da mesma forma que o presídio é eterno, o hospital também. Que o governo cuide do hospital. E ainda vai sobrar muitos problemas para a Prefeitura”, disse.