Militares suspenderam a Constituição e presidente do Tribunal Constitucional, Mansur, substitui Mursi
A Grã-Bretanha pretende trabalhar com as novas autoridades egípcias, afirmou nesta quinta-feira o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, um dia depois do exército egípcio ter derrubado o presidente islamita Mohamed Mursi.
"Não apoiamos as intervenções militares em um sistema democrático", disse à BBC o chefe da diplomacia britânica.
"Mas trabalharemos com as autoridades no Egito", completou.
"É a realidade prática da diplomacia", explicou, antes de destacar que a Grã-Bretaña reconhece "os Estados e não os governos".
"Devemos fazer isto pela segurança dos cidadãos britânicos, devemos fazer isto porque muitas empresas britânicas trabalham na região", disse.
Mas Hague considerou que o golpe militar no Egito é um "precedente perigoso", mas que "já aconteceu e devemos agora reconhecer que a situação vai evoluir".
"Devemos compreender que esta intervenção é popular. Não há nenhuma dúvida sobre isto", completou.
"Insisto no precedente que isto constitui, mas devemos com certeza trabalhar com os egípcios, com a vontade da maioria no Egito e é o que faremos", disse o ministro.
Os militares egípcios suspenderam a Constituição e designaram o presidente do Tribunal Constitucional, Adli Mansur, para substituir Mursi.
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