DESAQUECIMENTO

Indústria de São Paulo espera um 2015 ainda pior

Problema é atribuído à queda da competitividade das empresas brasileiras, à alta carga tributária, à taxa de juros elevada, à energia cara e ao risco de falta de água

Inaê Miranda
05/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:23
Na região de Campinas, a cadeia automotiva demitiu 27 mil trabalhadores no ano passado e deve gerar um círculo vicioso, causando mais desemprego neste ano ( Cedoc/ RAC)

Na região de Campinas, a cadeia automotiva demitiu 27 mil trabalhadores no ano passado e deve gerar um círculo vicioso, causando mais desemprego neste ano ( Cedoc/ RAC)

O desaquecimento da economia da RMC já vinha sendo anunciado desde 2012, segundo afirmou José Nunes Filho, diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo — o Ciesp Campinas.   Ele atribui o problema à queda da competitividade das indústrias brasileiras, carga tributária, taxa de juros alta, energia cara, risco de falta de água.   “Há muita burocracia, câmbio alto, falta de investimento em infraestrutura, muita corrupção. Tudo isso põe em xeque a economia brasileira. Desde 2012 estamos perdendo emprego de acordo com a nossa sondagem industrial. Tivemos três anos de desemprego.” José Nunes observa que, em relação ao contexto nacional, Campinas é até favorecida pela logística da região, pela mão de obra qualificada, mas ainda assim não tem conseguido superar a falta de competitividade da economia. Ele afirma ainda que 2015 se prenuncia como um ano muito pior do que 2014.   “Muitas das pequenas maldades ficaram reservadas para 2015, como aumento de energia, aumento no custo do emprego, do custo previdenciário”, afirmou. Somente em janeiro de 2015, a cidade de Campinas perdeu 822 postos formais de trabalho segundo dados da Acic.   A RMC teve um saldo positivo, com 632 empregos com carteira assinada gerados, mas ainda assim ficou 80,54% abaixo dos 3.248 postos de trabalho criados em janeiro do ano passado. Na região, a cadeia automotiva demitiu 27 mil trabalhadores no ano passado.   “Com a perda de empregos, cria-se um círculo vicioso. Diminui a renda na mão das pessoas, a demanda por produtos, diminui a produção e tem mais desemprego. Se esse cenário se confirmar, talvez nem consigamos permanecer no ranking no próximo ano”, completa Nunes. No topo Aparecem no topo do ranking de desenvolvimento econômico, como a primeira colocada, Macau (China), com um crescimento de 8% no PIB per capita e elevação de 4,2% na taxa de emprego; seguida de Izmir, Istambul e Bursa, todas elas na Turquia.   A afirmação dos autores, nesse caso, é que as economias de maior crescimento obtiveram um bom resultado embaladas pelo desempenho da economia nacional. Mesmo em desaceleração do crescimento, entretanto, a China respondeu por mais da metade das 30 economias metropolitanas que mais se desenvolveram no mundo. 

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