ECONOMIA

Indústria de Ribeirão lidera produção na 'zona da cana'

Estudo revela liderança da região em produção de etanol e açúcar entre os anos 2000 e 2010

Luís Fernando Manzoli
16/04/2013 às 17:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:14

Estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) revela que a região de Ribeirão Preto é a que tem a maior produção na chamada “Área Industrial da Cana”, que concentra outras sete regiões do Estado.

O estudo foi feito sobre dados da produção industrial paulista de 2000 a 2010, com o objetivo de identificar onde o setor mais crescia no Estado – já que o levantamento do PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios, em 2010, identificou quedas na Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba.

De acordo com o levantamento, as regiões de maior destaque na indústria paulista são o “Corredor Asiático”, formado pelas regiões de Campinas e Sorocaba, e a região da cana, onde está Ribeirão. A região respondia por 2,1% da produção industrial paulista em 2000 e chegou a 3,1% em 2010 (aumento de 47,6%).

O índice é o maior de todas as regiões na área da cana, mas houve regiões que cresceram mais, como as de Presidente Prudente (80%), Marília (70%) e São José do Rio Preto (64,2%). Sorocaba (29,4%) e Campinas (16,8%) cresceram menos, mas a concentração de produção é bem maior nessas regiões – 27% e 6,6%, respectivamente.

A Fundação Seade destaca que a região de Ribeirão “liderou a expansão regional em combustíveis, bem como em outros segmentos importantes e que também estão relacionados à indústria canavieira, como produtos químicos derivados da cana, máquinas e equipamentos agrícolas e produtos de metal”.

“A indústria na região de Ribeirão começa agora a alcançar uma diversificação maior, calcada no etanol e no açúcar. Isso é positivo porque o setor já é sólido em um setor (o sucroalcooleiro) em que outras regiões ainda estão se desenvolvendo”, disse Margarida Kalemkarian, uma das pesquisadoras do Seade.

O gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Eduardo Molina, faz algumas ressalvas. Segundo ele, a região já é forte em micros e pequenas indústrias não necessariamente ligadas ao setor sucroalcooleiro, que dão o “tempero do molho” para o mercado local. “Se dependêssemos só do açúcar e do etanol, como sugere o estudo, já teríamos sucumbido, porque o setor emprega pouca mão-de-obra, por exemplo”, disse.

Segundo ele, a tendência da indústria na região é manter seu perfil atual. “É forte, com crescimento sólido e cada vez mais diversificada”, afirmou.

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