PATRIMÔNIO

Índios só saem de museu com garantia de restauração

Governo quer demolir o casarão para urbanizar a área entorno do estádio do Maracanã para a Copa de 2014

Agência Estado
22/03/2013 às 08:41.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:34
Policiais do Batalhão de Choque cercam desde a madrugada o prédio (Agência Brasil )

Policiais do Batalhão de Choque cercam desde a madrugada o prédio (Agência Brasil )

Representantes do governo do Estado e policiais militares estão no antigo Museu do Índio, no Maracanã, na zona norte, para desocupar o prédio histórico, habitado desde 2006 por um grupo indígena. O governo quer demolir o casarão para urbanizar a área entorno do estádio do Maracanã para a Copa de 2014 e obteve na Justiça a ordem que os índios deixem o edifício.

O casarão em ruínas construído em 1866, onde funcionou o museu entre 1953 e 1978, é habitado por 22 índios. Eles dizem que deixam o local pacificamente se houver garantia de que o imóvel será restaurado e usado para difusão da cultura indígena.

No fim da madrugada desta sexta-feira (22), militantes de movimentos sociais, que apoiam os índios, fecharam a Avenida Radial Oeste em protesto pela desocupação. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e dois ativistas foram detidos. Homens do Batalhão de Choque estão no local e o clima é tenso. Os índios colocaram barricadas no portão de acesso ao antigo museu.

O governo do Rio pretendia demolir o prédio e usar o terreno como estacionamento, além de construir ali uma área de lazer.

Diante do protesto dos índios e de movimentos sociais, em janeiro o governo desistiu de demolir o prédio e se comprometeu a discutir com a Prefeitura do Rio o uso que seria dado a ele. O grupo manteve a ocupação.

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