iG - Milene Moreto (Cedoc/RAC)
Não é de hoje que se a coisa não vai bem entre Legislativo e Executivo, os vereadores se declaram independentes. Na prática, eles continuam a manter seus indicados no governo, mas se posicionam contrários às propostas da Prefeitura. Em Campinas, a ala dos independentes ficou popular na gestão do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT). Depois, o discurso ganhou forças. Na nova Administração o comentário é: ou é aliado, ou oposição. Independente com participação no governo não dá.
A saída do vereador Alberto Alves da Fonseca, o Professor Alberto (sem partido), da base governista o coloca, aos olhos da Administração, na oposição. O parlamentar afirmou que seria independente e que poderia votar favorável a matérias que achasse ser de importância para a cidade. A ruptura, porém, será total e o legislador deve ter os nomes dos funcionários indicados por ele fora dos quadros do Executivo.
Cargos
Professor Alberto disse ontem que houve uma conversa com os funcionários do Executivo indicados por ele, de que o parlamentar deixaria a base governista. O vereador afirmou que os liberou de qualquer compromisso político e que se tratam de técnicos. Se eles quiserem permanecer no governo, estarão livres para isso. O legislador comentou que sua saída da base foi elogiada por seus eleitores e que espera representar a população de forma justa e digna.
Rede
O ex-democrata disse que tem namorado a Rede, partido de Marina Silva. Mas não deve se filiar antes de resolver na Justiça o seu processo de expulsão do DEM. Se a expulsão for anulada, como espera Professor Alberto, o parlamentar prometeu fazer barulho na Câmara com o pedido de reconfiguração total das comissões com base no número de integrantes da bancada do DEM.
Efeito
A saída de Professor Alberto da base, segundo o secretário de Relações Institucionais Wanderley Almeida, não deve respingar em outros vereadores. Almeida avaliou o resultado da sessão da última segunda-feira como positivo e disse que, além do compromisso dos parlamentares, existe também o comprometimento dos partidos políticos que se uniram para elevar Jonas ao posto de prefeito. Na reunião, 12 vetos do peessebista foram mantidos. Para ele, a base está sólida e unida.
Racha?
Nem a bancada do PT na Câmara está saindo ilesa dos rachas do partido devido a decisão pela oposição ao governo de Jonas. O vereador Carlinhos Camelô — ligado ao grupo do secretário de Trabalho e Renda, Jaírson Canário, que decidiu se manter no governo e foi expulso do partido — não está tão próximo dos vereadores petistas que fazem oposição. Sua primeira atitude mais evidente foi tirar sua assinatura do documento para abertura de uma CPI do Transporte.
Afinados
O presidente do PT em Campinas, Ari Fernandes, disse que semanalmente é feita uma reunião com a bancada dos petistas na Câmara. Para Ari, existiram algumas divergências dentro do grupo de vereadores. Porém, os três parlamentares do PT estão mais unidos do que nunca na oposição.
Colaborou Bruna Mozer/AAN.