O terminal de granéis líquidos da Ultracargo, na Alemoa, pega fogo desde as 10h desta quinta-feira (2) e ainda não tem causa conhecida; segundo Bombeiros, há possibilidade de novas explosões
Bombeiros aplicaram espuma vinda de São Paulo para tentar combater as chamas em terminal de Santos, que pega fogo há mais de 24 horas (Reprodução/Facebook)
O incêndio no terminal de granéis líquidos da Ultracargo, na Alemoa, em Santos, aumentou. Agora já são cinco tanques em combustão, de acordo com a empresa. O local pega fogo desde as 10 horas desta quinta-feira (2) e ainda não tem causa conhecida. Nesta sexta-feira (3), por volta das 10 horas, uma nova explosão for registrada, porque uma das tubulação que interligam os tanques e por onde passam combustíveis se rompeu. Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda existe a possibilidade de novas explosões. Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros Wagner Bertolini Jr, pela manhã os bombeiros tentaram mudar de estratégia e aplicaram espuma vinda de São Paulo para tentar combater as chamas. "Vimos que não há efetividade e por isso retornamos à estratégia de resfriar os tanques do entorno para evitar a propagação". Riscos Segundo o coronel, os riscos para os 100 profissionais que atuam nesta operação é intenso. "Em volta de cada tanque existe uma espécie de bacia em que o objetivo é evitar o vazamento de combustível para outras áreas. O problema é que essas bacias já estão transbordando. Estamos andando em cima de combustíveis". Bertolini afirmou que a estimativa é que passe de 20 milhões de litros de combustíveis em queima. "O conteúdo dos tanques varia. Tem gasolina, etanol, metanol e diesel". Dificuldades Entre as dificuldades para o controle do incêndio na manhã desta sexta-feira (3) estão o vento mais forte e a dificuldade de bombear água do mar para o trabalho de resfriamento dos tanques, já que o navio que faz a captação está a 600 metros do fogo. De acordo com nota da Prefeitura de Santos, não há paciente internado por conta do incêndio em Prontos-Socorros ou Hospitais da Cidade. Ontem, o bombeiro Claudio Rodrigues Gonçalves de 39 anos foi encaminhado ao PS da Santa Casa para avaliação oftalmológica, devido a lesão provocada por fagulha e espuma. O bombeiro já foi liberado e passa bem. O SAMU realizou desde o inicio do incêndio até o momento o atendimento de 34 homens no local. Todos com sintomas variados, alguns com superaquecimento, que é diferente de queimadura. Isso acontece porque os pacientes estão trabalhando no combate ao incêndio na Alemoa, usam roupas pesadas e acabam tendo alteração na pressão arterial e aumento na temperatura corporal. Foram registrados também crise nervosa e inalação de fumaça. Todos atendidos no local e liberados. No Pronto Socorro Central de Santos, três pessoas foram atendidas nesta quinta (2) com crise nervosa. Elas foram medicadas e liberadas. O incêndio Testemunhas relatam que por volta das 10 horas de quinta-feira (2) ouviram forte barulho de explosões. Na sequência, uma densa fumaça preta pode ser vista de longe. O incêndio começou nos tanques da empresa Ultracargo, na Av. Engenheiro Augusto Barata, para onde viaturas do Corpo de Bombeiros de toda a Baixada Santista e até da Capital foram encaminhadas. Um plano de auxílio mútuo do Porto de Santos, em casos de emergência, foi acionado. Os Bombeiros pedem que a região seja evitada. O km 64 da Via Anchieta foi bloqueado e uma área de 5 mil m2 foi evacuada. De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta Imigrantes, os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via. Embora possam fazer o acesso pela Anchieta, os veículos de passeio também estão sendo orientados a chegar a Santos pela Rodovia dos Imigrantes. Três navios que estavam atracados próximo à área também foram direcionados a outra área do porto por lanchas da praticagem. A área onde as chamas se espalharam fica às margens da Via Anchieta, próximo à entrada da cidade de Santos. O fogo se concentra apenas em uma área com terminais de graneis líquidos. A Ultracargo é considerada uma das maiores empresas de granéis líquidos do país. Na unidade de Santos existem 175 tanques. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o Plano de Auxílio Mútuo envolve brigadas de incêndio de outras empresas atuando em conjunto no local. A Ultracargo ainda afirma em nota que é prematuro qualquer afirmação sobre as causas do incêndio. A Associação Brasileira de Terminais Líquidos já começou a investigar o acidente.