PERIGO

Incêndio em Santos aumenta e já atinge o quinto tanque

O terminal de granéis líquidos da Ultracargo, na Alemoa, pega fogo desde as 10h desta quinta-feira (2) e ainda não tem causa conhecida; segundo Bombeiros, há possibilidade de novas explosões

Alcione Herzog/ Especial para o Correio
03/04/2015 às 13:58.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:31
Bombeiros aplicaram espuma vinda de São Paulo para tentar combater as chamas em terminal de Santos, que pega fogo há mais de 24 horas (Reprodução/Facebook)

Bombeiros aplicaram espuma vinda de São Paulo para tentar combater as chamas em terminal de Santos, que pega fogo há mais de 24 horas (Reprodução/Facebook)

O incêndio no terminal de granéis líquidos da Ultracargo, na Alemoa, em Santos, aumentou. Agora já são cinco tanques em combustão, de acordo com a empresa. O local pega fogo desde as 10 horas desta quinta-feira (2) e ainda não tem causa conhecida. Nesta sexta-feira (3), por volta das 10 horas, uma nova explosão for registrada, porque uma das tubulação que interligam os tanques e por onde passam combustíveis se rompeu. Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda existe a possibilidade de novas explosões.   Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros Wagner Bertolini Jr, pela manhã os bombeiros tentaram mudar de estratégia e aplicaram espuma vinda de São Paulo para tentar combater as chamas. "Vimos que não há efetividade e por isso retornamos à estratégia de resfriar os tanques do entorno para evitar a propagação".   Riscos   Segundo o coronel, os riscos para os 100 profissionais que atuam nesta operação é intenso. "Em volta de cada tanque existe uma espécie de bacia em que o objetivo é evitar o vazamento de combustível para outras áreas. O problema é que essas bacias já estão transbordando. Estamos andando em cima de combustíveis".   Bertolini afirmou que a estimativa é que passe de 20 milhões de litros de combustíveis em queima. "O conteúdo dos tanques varia. Tem gasolina, etanol, metanol e diesel".   Dificuldades   Entre as dificuldades para o controle do incêndio na manhã desta sexta-feira (3) estão o vento mais forte e a dificuldade de bombear água do mar para o trabalho de resfriamento dos tanques, já que o navio que faz a captação está a 600 metros do fogo.   De acordo com nota da Prefeitura de Santos, não há paciente internado por conta do incêndio em Prontos-Socorros ou Hospitais da Cidade. Ontem, o bombeiro Claudio Rodrigues Gonçalves de 39 anos foi encaminhado ao PS da Santa Casa para avaliação oftalmológica, devido a lesão provocada por fagulha e espuma. O bombeiro já foi liberado e passa bem.   O SAMU realizou desde o inicio do incêndio até o momento o atendimento de 34 homens no local. Todos com sintomas variados, alguns com superaquecimento, que é diferente de queimadura. Isso acontece porque os pacientes estão trabalhando no combate ao incêndio na Alemoa, usam roupas pesadas e acabam tendo alteração na pressão arterial e aumento na temperatura corporal.   Foram registrados também crise nervosa e inalação de fumaça. Todos atendidos no local e liberados. No Pronto Socorro Central de Santos, três pessoas foram atendidas nesta quinta (2) com crise nervosa. Elas foram medicadas e liberadas.       O incêndio   Testemunhas relatam que por volta das 10 horas de quinta-feira (2) ouviram forte barulho de explosões. Na sequência, uma densa fumaça preta pode ser vista de longe. O incêndio começou nos tanques da empresa Ultracargo, na Av. Engenheiro Augusto Barata, para onde viaturas do Corpo de Bombeiros de toda a Baixada Santista e até da Capital foram encaminhadas.   Um plano de auxílio mútuo do Porto de Santos, em casos de emergência, foi acionado. Os Bombeiros pedem que a região seja evitada. O km 64 da Via Anchieta foi bloqueado e uma área de 5 mil m2 foi evacuada.   De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta Imigrantes, os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via. Embora possam fazer o acesso pela Anchieta, os veículos de passeio também estão sendo orientados a chegar a Santos pela Rodovia dos Imigrantes.   Três navios que estavam atracados próximo à área também foram direcionados a outra área do porto por lanchas da praticagem.   A área onde as chamas se espalharam fica às margens da Via Anchieta, próximo à entrada da cidade de Santos. O fogo se concentra apenas em uma área com terminais de graneis líquidos.   A Ultracargo é considerada uma das maiores empresas de granéis líquidos do país. Na unidade de Santos existem 175 tanques.   Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o Plano de Auxílio Mútuo envolve brigadas de incêndio de outras empresas atuando em conjunto no local. A Ultracargo ainda afirma em nota que é prematuro qualquer afirmação sobre as causas do incêndio.   A Associação Brasileira de Terminais Líquidos já começou a investigar o acidente.  

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