PIRACICABA

IML demora 12 horas para liberar corpo de mulher

Advogado diz que médico legista alegou falta de iluminação; direção desmente

Ana Cristina Andrade
ana.andrade@gazetadepiracicaba.com.br
29/08/2013 às 22:12.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:48

O IML de Piracicaba fica na avenida Marechal Castelo Branco (Cedoc/RAC)

A demora na liberação do corpo de uma mulher de 52 anos, encontrada morta dentro de um carro, na tarde de quarta-feira (28) em Piracicaba, causou revolta na família, que só pôde iniciar o velório mais de dez horas após o corpo ter sido levado para o Instituto Médico Legal da cidade para necrópsia. O motivo para que o corpo não fosse liberado na noite do mesmo dia ou na madrugada de ontem teria sido a falta de luz na unidade.O advogado João Orlando Pavão, que foi procurado por familiares e amigos da vítima, disse que só no final da tarde do dia do crime a família foi comunicada de que não seria feita a autópsia no período noturno. A liberação só ocorreu na manhã desta quinta-feira (29). O que o indignou, segundo ele, foi a 'maratona' para conseguir que o serviço fosse feito à noite, porém sem sucesso."Procurei pelo agente funerário, que entrou em contato com a encarregada do IML, que também alegou impotência diante da situação, a não ser que recebesse ordem do médico que estava de plantão. Este, entretanto, não foi encontrado naquele momento por ser de São Paulo ou Campinas, segundo as informações desencontradas obtidas", declarou.No mês passado, dois médicos do IML de Piracicaba foram flagrados cumprindo escala extra em Campinas, que tem 15 médicos legistas. Na ocasião, os responsáveis pelo departamento em São Paulo responderam que não afetaria em nada e nem causaria prejuízo no atendimento.Dando continuidade à busca por ajuda, de acordo com Pavão, ele procurou pelo médico chefe do IML, que estava em São Paulo, e a resposta foi que só o plantonista poderia decidir pela autópsia no período noturno e que ele — o chefe — não poderia passar essa determinação ao seu subordinado."Procurei, então, por um deputado que, apesar da extrema boa vontade, retornou informando que havia apurado e a autópsia só seria feita no dia seguinte pela manhã. Após conseguir falar com o médico plantonista, ele informou ter recebido diversas solicitações, mas que o corpo de fato seria liberado mesmo no dia seguinte, porque o IML não tem luz e o laudo precisaria ser bem feito para não haver questionamentos posteriores", disse Pavão."Ele (médico) também orientou a família a não fazer velório à noite, devido à possibilidade de assaltos. Sentimos-nos impotentes diante de tanta falta de sensibilidade com a família", ressaltou. A situação, de acordo com o advogado, exige providências urgentes das autoridades responsáveis para que a população não fique na mão de pessoas que não se esforçam para ajudar o próximo, nem mesmo num caso de perda.O deputado estadual Roberto Morais (PPS) disse ontem que vai pedir providências, em São Paulo, ao departamento responsável pelo IML de Piracicaba. A mulher foi sepultada na tarde de ontem. Outro ladoO diretor do Instituto Médico Legal, doutor Ricardo Kirche Cristófi, informou, por meio de assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública, que as necropsias seguem os padrões dos procedimentos médicos legais e geralmente são realizadas em condições mais favoráveis, como durante o dia, com o auxílio de iluminação artificial.Ressaltou, ainda, que a informação sobre falta de luz elétrica no Instituto Médico Legal de Piracicaba é inverídica. Quanto ao tempo de realização dos procedimentos, a direção do IML explicou que irá apurar as informações e, se constatada qualquer demora excepcional, as devidas providências serão tomadas.Normalmente, segundo apurou a reportagem, o tempo para liberação de um corpo é entre seis horas e oito horas. No caso da mulher, demorou cerca de 12 horas.

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