MESSIAS MARTINS

Igreja e Sociedade

Messias Martins
10/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:19

Domingo passado, dia da Mulher. Por voltas das 20h e 20m aconteceu o pronunciamento da Presidenta Dilma. Talvez nem imaginava: o panelaço, buzinas, luz que se apagavam e se acendiam em apartamentos em 12 ou mais capitais do país e além disso se ouvia o auê ou badauê da galera que ainda inconformada com o resultado da última Eleição e outras razões, gritavam “fora Dilma”. Esses certamente pleiteiam o mesmo impeachment que, em 29 de setembro de 1992, cassou o então presidente Fernando Collor. E daí, como ficamos nós cristãos comprometidos em fazer valer a Campanha da Fraternidade que trás como tema Igreja e Sociedade? A Campanha nos convida a fazer profundas e sérias reflexões sobre o nosso papel como membros ativos no mundo em que vivemos. Não somos meros espectadores, mas participantes ativos. A sociedade depende da maneira de ser e agir de cada pessoa. Retomando a riqueza dos ensinamentos do Concilio Vaticano II (1962-1965), ela nos impulsiona para a missão. Quer através do objetivo geral da campanha “Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre Igreja e sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para edificação do Reino de Deus.” Este objetivo está fundamentado no que disse a Igreja naquela época: “As alegrias e as esperanças e as angustias dos homens de hoje, sobretudo os pobres e aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do Reino do Pai e receberam a mensagem da salvação para comunicá-la a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao gênero humano e à sua história”. (Documento conciliar. Constituição Pastoral Gaudim et Spes. N.1). O documento base da Campanha da Fraternidade diz o seguinte no número 149: “A missão da Igreja Católica é colocar à disposição do gênero humano as forças salvadoras que ela recebe de Cristo. Propõe salvar a pessoa humana integralmente e restaurar a sociedade humana no que se refere à sua finalidade mais autentica: o desenvolvimento integral a partir do bem comum. Os cristãos são anunciadores e agentes de uma nova ordem social: “a Civilização do Amor”, na expressão do papa Paulo VI.” No número 162 define ainda mais sua missão: “O sinal do aprofundamento da relação entre Igreja e o ser humano está na transição de uma Igreja comprometida com o poder para uma Igreja solidária com os pobres. Com efeito, é no mundo da pobreza que está a novidade do cristianismo, como força e poder de Deus em favor da salvação da humanidade”. Muitos desafios permanecem nos dias atuais, exigindo da Igreja Católica, uma participação mais ativa nos rumos das transformações sociais e políticas do país. As Comunidades Eclesiais de Base, em consonância com a Campanha da Fraternidade deste ano, tem o dever de assumir esse protagonismo, pois sua identidade está ligada à libertação e organização do povo que busca o Reino de Deus e almeja um mundo mais justo e fraterno.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por