ALERTA

Idosos têm 12 vezes mais chance de morrer de dengue

Especialistas acreditam que o risco é maior por causa da fragilidade do organismo nesta idade

Tatiane Quadra
13/04/2013 às 20:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:26
Célia Lemes, de 63 anos, tem diabete, colesterol e problema no coração, e cuida de suas plantas para evitar criadouros (Elcio Alves/AAN )

Célia Lemes, de 63 anos, tem diabete, colesterol e problema no coração, e cuida de suas plantas para evitar criadouros (Elcio Alves/AAN )

Homens e mulheres na faixa etária acima de 60 anos têm 12 vezes mais chances de morrer em função de complicações de dengue do que as pessoas mais jovens.

O dado é de um levantamento feito pelo Ministério da Saúde. O estudo mostrou que, das 132 mortes registradas em todo o País nos primeiros três meses deste ano por causa de dengue, 42% foram de pessoas com mais de 60 anos.

Especialistas acreditam que o risco é maior por causa da fragilidade do organismo nesta idade e em função da existência prévia de doenças crônicas nessas pessoas.

O alerta do Ministério da Saúde é para que os idosos procurem os postinhos de saúde e hospitais públicos de suas cidades assim que surgirem os primeiros sinais da doença.

O órgão ainda não sabe esclarecer exatamente as causas do risco maior para esse grupo, mas acredita que ele pode estar relacionado ao número de pessoas com problemas cardíacos e diabete, entre outros problemas de saúde.

“Outra causa provável é que o metabolismo e a imunidade são diferentes nessa idade”, afirma o médico epidemiologista da Prefeitura de Campinas André Ribas Freitas. “Por isso, tratamos essas pessoas com mais cuidado, monitorando e hidratando ainda mais”, diz.

A empregada doméstica Lucinda Souza da Silva, de 65 anos, já pegou dengue duas vezes, uma em 2011 e outra no ano passado. “Acho que me recuperei bem porque não tenho doenças, minha saúde é ótima, procurei o médico logo e me hidratei muito”, fala. “Mas judia muito. Dói demais o corpo”, diz.

Ela mora no Jardim Nova Hortolândia, em Hortolândia, e cuida do quintal para não ter criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.

A vizinha Célia Lemes, de 63 anos, também evita vasos com pratos. “A gente se preocupa, mas não sabe se os vizinhos tomam conta também”, comenta. “Se eu pegar, a coisa se complica. Tenho diabete, colesterol e problema no coração.”

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