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HPV: prevenir é o melhor remédio

Governo inclui vacina contra vírus que pode causar câncer no calendário nacional de imunização

Viver Melhor
18/10/2013 às 15:38.
Atualizado em 26/04/2022 às 05:25

A alta incidência do Papilomavírus Humano (HPV) na faixa etária sexualmente ativa levou o governo a incorporar a vacina contra a doença em seu Programa Nacional de Imunização a partir de 2014. O público- alvo são meninas de 10 e 11 anos de idade, que receberão as três doses necessárias para a imunização. Na Região Metropolitana de Campinas, 41 mil garotas estão dentro dessa classificação e a meta é vacinar 80% delas. A vacina vai proteger o público-alvo contra os quatro tipos mais frequentes do vírus. A cada ano, 685,4 mil pessoas são infectadas por algum dos mais de cem tipos de HPV, segundo o Ministério da Saúde. A alta incidência do Papilomavírus Humano (HPV) na faixa etária sexualmente ativa levou o governo a incorporar a vacina contra a doença em seu Programa Nacional de Imunização a partir de 2014. O público- alvo são meninas de 10 e 11 anos de idade, que receberão as três doses necessárias para a imunização. Na Região Metropolitana de Campinas, 41 mil garotas estão dentro dessa classificação e a meta é vacinar 80% delas. A vacina vai proteger o público-alvo contra os quatro tipos mais frequentes do vírus. A cada ano, 685,4 mil pessoas são infectadas por algum dos mais de cem tipos de HPV, segundo o Ministério da Saúde. O vírus também é responsável por 95% dos casos de câncer do colo do útero, segunda maior causa de morte na população feminina em idade reprodutiva, dos 15 aos 44 anos. Mas o papilomavírus também pode provocar o aparecimento de verrugas — conhecidas como crista de galo — na região genital e da orofaringe. O ginecologista José Alberto Lima explica que dentro desse universo de tipos de vírus há dois grupos de HPV, os de baixo e os de alto risco. “Mais ou menos 50 tipos do vírus podem apresentar problemas. Desses 50, há os de baixo risco, que dão as verrugas genitais, e tem os de alto risco, responsáveis pelo câncer do colo do útero, ou câncer de pele, de ânus”, explica. De acordo com o ginecologista, o HPV é transmitido por meio do contato genital com a pessoa infectada e por via sanguínea, de mãe para filho, na hora do parto. “As verrugas podem aparecer em qualquer mucosa, inclusive na boca, se a pessoa fizer sexo oral com alguém contaminado com o HPV”, diz. Em alguns casos, segundo Lima, a infecção é transitória, ou seja, é combatida pelo organismo sem deixar vestígios. “A pessoa pode ter contato com o vírus e não ter a doença; ou pode ter cura espontânea depois de dois ou três anos. Isso vai depender da carga viral, da quantidade de vírus que entrou em contato, e da imunidade”, explicou. Vacina A vacina quadrivalente contra o HPV previne contra os vírus 6, 11, 16, e 18, considerados os mais frequentes e agressivos. Dois deles, 16 e 18, são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero. Segundo Lima, a vacina vai proteger em torno de 85% dos casos de HPV. A faixa etária definida pelo governo está relacionada à maior eficácia em pessoas que ainda não iniciaram a atividade sexual. “Quanto mais precoce, a resposta imunológica vai ser melhor”, disse. Segundo o ginecologista, o ideal seria aplicar a vacina em todos os jovens. Mas nada impede, segundo ele, que pessoas de outras idades sejam imunizadas. “Antes, era indicada para vacinar meninas de 9 a 26 anos. Há cerca de um ano também começou a se vacinar meninos de 9 a 26 anos.” Em clínicas particulares de imunização, a vacina contra o HPV custa, em média, R$ 350 cada dose. O médico ressaltou, no entanto, que com a medida anunciada pelo governo a incidência da doença deverá cair a partir do chamado efeito rebanho. “Se você aumenta a população de mulheres vacinadas, a incidência de mulheres com problema cai. Por causa desse efeito rebanho, os homens passam a ter menos HPV e, consequentemente, eles vão transmitir menos para outras mulheres.” O ginecologista lembrou que a melhor forma de prevenir o HPV ainda é o sexo com proteção. “A vacina não impede que outros métodos de sexo seguro sejam adotados. Tem que usar camisinha. Primeiro, porque a vacina não vai proteger 100%. Depois, tem as outras doenças: HIV, hepatites, mas o risco de gravidez indesejada. Então, vai diminuir a incidência, mas não previne outros problemas.” Além desses cuidados, o especialista lembra ainda da importância dos exames preventivos, que devem ser feitos uma vez ao ano.

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