ig-carlo-carcani (AAn)
O Guarani provocou uma enorme frustração a sua torcida ao perder para o Velo Clube. A derrota por 1 a 0 acabou com o que restava de esperança na luta pelo acesso ao Paulistão e o clube terá que amargar pelo menos mais um ano de Série A2, o que gera enorme prejuízo financeiro e esportivo. Diante de 9.678 torcedores (maior público registrado na cidade na temporada 2015) e de um adversário que não vencia há seis rodadas, o Bugre entrou em campo como favorito. Começou bem, mas o gol não saiu e o Velo foi ganhando confiança em sua difícil missão de pontuar no Brinco de Ouro. Até então, das oito equipes que vieram a Campinas na A2, só a Matonense não foi derrotada. No começo do 2<SC210,186> tempo, Leleco aproveitou uma péssima saída de gol de Neneca para abrir o placar. O Guarani se desesperou, arriscou tudo, terminou a partida com cinco atacantes e não conseguiu nem ao menos empatar. Perdeu uma enorme possibilidade chegar à última rodada com chances de acesso, mas o fracasso não está ligado apenas a essa derrota. Por sua tradição e pelo que investiu neste elenco, o Guarani era um favorito ao acesso. Sua obrigação era se portar como tal. Deveria ter adotado uma postura ofensiva desde o início, conquistado um lugar confortável no G4 e chegado às rodadas finais apenas esperando a hora de matematicamente, celebrar a conquista do objetivo. Como fez a Ferroviária, que volta ao Paulistão depois de 19 anos de ausência. O Guarani largou muito bem, mas perdeu fôlego. Quando saiu do G4, não conseguiu mais voltar. Melhorou após a troca de Marcelo Veiga por Ademir Fonseca, mas já era tarde. É muito raro ver um time que chega à reta final precisando ganhar todas e dependendo de outros resultados se dar bem. É quase impossível. A eliminação foi o resultado lógico. A frustração é enorme, mas a diretoria precisa tirar lições. Tão importante quanto detectar os erros é perceber o que deve ser mantido. No ano passado, com salários atrasados, o Bugre terminou em 13º lugar, com 22 pontos. Agora, com um jogo por fazer, já tem 31. Apesar do fracasso, é um salto considerável, que certamente está ligado ao esforço do clube para pagar salários e oferecer premiações. O Red Bull, um clube ambicioso, extremamente organizado e com excelente estrutura, levou quatro anos para passar da A2 para a A1. O Guarani fracassou novamente e já vai para o terceiro seguido de A2. Mas para subir logo precisa ter consciência que será fundamental montar um elenco que possa ser pago corretamente, de preferência sem os pequenos atrasos desse ano. Se for competente na escolha das peças e cumprir suas obrigações, o Bugre logo alcançará a meta que deixou escapar esse ano.