A minoria homossexual (10 a 15% do total da população) ultimamente está em destacada efervescência, com a mídia muito interessada em divulgar e debater o tema. Até parece numericamente muito maior, mas o percentual segue inalterado.A noção superficial que a maioria tem e os impactos midiáticos deturpam o problema e pouco se contribui para a sua compreensão e assimilação.É essencial entender que, dentro de cada gênero sexual, há aspectos muito semelhantes (a maioria deles) e outros bem diferentes, em menor escala.Como entes humanos, seres da mesma espécie, homens e mulheres temos caracteres originais da biologia e recebemos as influências sociais do ambiente. Cada indivíduo vai se definindo conforme sua identidade de gênero (sentindo-se fêmea ou macho); e com as roupas, aparências e modismos que sugerem os papéis de gênero (estar como homem ou mulher) na sociedade.A grande maioria tem identidade e papel do sexo correspondente. Mas há variáveis complexas: uma pessoa pode ser geneticamente macho, direcionar o desejo de modo bissexual e vestir-se como mulher.Ronaldo Pamplona da Costa diz: “a sexualidade é múltipla, tem uma dinâmica própria em cada ser humano, podendo exteriorizar-se de diferentes maneiras ao longo de uma vida até mesmo num único dia”.Fisicamente, as pessoas do mesmo sexo são muito parecidas. Um homem, independentemente da bússola que orienta a sua libido, tem características masculinas na estrutura corporal, na massa muscular, na anatomia genital (a dimensão do pênis não se associa à atração física – há homossexuais mais dotados do que heterossexuais).Psicologicamente, as personalidades dos congêneres também tendem a muitas semelhanças. Por exemplo: em sua maior parte, as lésbicas têm perfil feminino, espírito preenchido com os habituais talentos maternais e a decantada subjetividade emocional das mulheres.É claro que teremos muitas variações intermediárias, desde o sexo biológico que pode ser mal definido nos hermafroditas até a certeza da “alma aprisionada” dos transexuais (por ex., sentir-se homem em corpo de mulher).Compreendendo as muitas semelhanças (tantas que se tornam prosaicas) e as poucas diferenças (algumas sutis, outras de grande repercussão social), cada pessoa pode olhar para si própria, reconhecer seus aspectos típicos e menos se incomodar com as tipicidades dos outros.A competitividade humana é muito sustentada por esse contexto da sexualidade, dentro de cada gênero. Para desempenhar competições construtivas e sadias, precisamos rever a homorrivalidade masculina e a feminina.A minoria homossexual e a maioria heterossexual: todos somos homorrivais. Essa competição é comum a todas as pessoas, tanto para os que têm quanto os que não têm homoatração. Entre os maioritários heterossexuais, pode ser ainda mais intensa e perniciosa.O moço vai ao shopping center desfilar com a bela garota. Ele está motivado menos por amor a ela e mais por demonstrar a sua conquista aos homorrivais.A aluna mais nova e mais bonita da classe destaca que passou de ano sem exames para as repetentes e as feinhas que mais uma vez terão que fazer as provas.Ciúme, inveja, narcisismo prevalente, sentimentos de inferioridade/superioridade, comparações ambiciosas, ações violentas, submissões vaidosas e inspirações homofóbicas seriam evitadas ou minimizadas se todos observassem a própria homorrivalidade.Essa homocompetição implica comparar qualquer aspecto valorizado no próprio gênero.Se o foco for futebol, as torcidas irão se digladiar. Em partidas entre times de grande rivalidade tradicional, se a polícia não estiver atenta, há risco de guerra.Se for o presente de casamento, os padrinhos não pouparão dinheiro, há que se oferecer presentes equivalentes.Se forem os vestidos de um baile de debutantes, moças (e mães) irão se espinafrar.Reconhecer e administrar a homorrivalidade reduz a abrangência dos conflitos de poder e expande a do amor.No exemplo social do futebol, nas vivências de casal e outras, o amor, a arte e a inteligência criariam sublimações para substituir as brigas e demandas agressivas.Interaja no GEA (Grupo de Estudos sobre o Amor) através do site www.blove.med.br. Informe-se e participe das programações.