Depois de apresentar queda, número cresce com 12 casos registrados mês passado: 71,5% a mais que em março, que registrou sete ocorrências
Depois de apresentar queda, o número de homicídios dolosos voltou a aumentar em Campinas, com 12 casos registrados em abril, 71,5% a mais que em março, que registrou sete ocorrências. Os dados foram divulgados na segunda-feira (25) pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Apesar do salto de um mês para o outro, na comparação dos primeiros quatro meses deste ano com os de 2014, houve redução de 28% — 57 homicídios no ano passado ante 41 agora. No último final de semana, foram ao menos dois assassinatos na cidade: um desempregado de 32 anos foi morto a tiros no bairro Carlos Lourenço e um ajudante geral morreu após ser esfaqueado dentro do vestiário da Sociedade Hípica de Campinas. Os homicídios culposos (quando não há intenção de matar) por acidentes de trânsito também subiram, de 8 para 13 em trinta dias, alta de 62,5%. Porém, assim como os assassinatos, este tipo de ocorrência teve redução no comparativo do quadrimestre: 17,6%, com 42 casos em 2015, nove a menos do que os registrados no mesmo período de 2014. Somando homicídios e acidentes, o número de mortes provocadas passou de 15, em março, para 26, em abril. De acordo com o delegado da 1ª Delegacia Seccional de Campinas, José Carneiro Rolim Neto, o número de homicídios dolosos em abril se manteve na média histórica, que é de 12. Segundo ele, a taxa de esclarecimento da Delegacia de Homicídios, hoje em 55%, ajuda a inibir as ações criminosas. "Cria um certo medo para quem pensa em praticar o crime. Analisando caso a caso, tem alguns que fogem de qualquer ação de inibição ou prevenção porque são de natureza passional", disse. Os homicídios culposos no trânsito, apontou o delegado, não são possíveis de mensurar já que devem reduzir a longo prazo, uma vez que dependem de uma questão de educação.Os latrocínios (roubos seguidos de morte) seguiam em três até abril, mesmo número registrado no ano passado. Essa tendência já foi quebrada em maio, que já registra mais dois casos - cinco no ano, portanto. No último dia 16, um segurança de 38 anos foi morto com um tiro na barriga, na esquina das ruas Ferreira Penteado com Barão de Jaguara, no Centro de Campinas. Já no dia 12, um metalúrgico foi baleado e morreu ao reagir a um assalto quando saía para o trabalho, na Vila União. Nos dois casos os bandidos fugiram sem levar nada das vítimas. Na comparação mês a mês, o total de apreensões de entorpecentes subiu de 63 para 101, em abril, somando ao todo 338 casos no ano. O número também ficou mais alto até em relação a 2014. Com 75 registros a mais, o aumento foi de 28,5%. "Isso é produtividade, que a gente cobra das delegacias. Quanto mais você reprime para fazer flagrantes, mais acaba aumentando o número de registro e por isso tem o aumento de ocorrências", afirmou o delegado. O número de roubos de veículos ficou praticamente estável. Foram 253 em março e 247 em abril, um total de 1.027 em 2014. No primeiro quadrimestre de 2014 eram 1.574. Já os casos de furtos de veículos baixaram de 421 para 361, queda de 14,4%. HomicídiosA Polícia Civil de Campinas investiga pelo menos dois homicídios que aconteceram no último final de semana. Na tarde de domingo, o desempregado Emerson Barreto de Oliveira, de 32 anos, foi morto a tiros em frente de casa, no bairro Carlos Lourenço. Familiares dele disseram que ouviram uma rápida discussão e os disparos. A perícia apreendeu dezoito cápsulas no local. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), a madrasta da vítima disse que viu dois rapazes usando capacetes. Na noite da última sexta-feira, o ajudante geral Robinson Martins Sarabanda foi esfaqueada e morreu dentro do vestiário da Sociedade Hípica de Campinas. Ele tinha marcas no abdômen e teria sido agredido por outro funcionário do clube, que conseguiu fugir.Roubo de CargasCrime que tem gerado tensão na região, o roubo de cargas registrou leve aumento em abril, de acordo com os números divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Foram 19 ocorrências contra 17 em março. No total, o ano já tem 63 casos deste tipo, número bem menor do que as 92 ocorrências no primeiro quadrimestre de 2014 - a queda nesta comparação é de 31%. Apesar da queda, houve pelo menos cinco casos de grande repercussão nos últimos 30 dias, com quadrilhas fortemente armadas com fuzis e metralhadoras. Entre eles, está o assalto a uma carga de celulares avaliada em R$ 500 mil no último dia 14, na Rodovia dos Bandeirantes. Outro roubo cinematográfico aconteceu no centro de distribuição do Magazine Luiza, em Louveira. No crime, bandidos usaram dez caminhões para levar a carga roubada. O líder da quadrilha responsável pelo assalto, Abiazer Maciel de Lima, o Bia, de 38 anos, foi preso quatro dias depois e também estaria ligado ao roubo na fábrica da Samsung, no ano passado. O prejuízo foi estimado na época em R$ 14 milhões. Para o delegado da 1ª Delegacia Seccional de Campinas, José Carneiro Rolim Neto, os casos chamam a atenção, mas não refletem a realidade. "Há uma linha de diminuição bastante grande. É fruto desse trabalho constante de prisões que tem surtindo efeitos no combate ao crime", comentou.