Quatrocentos GMs participam de curso de capacitação para atuar em possíveis conflitos sociais
Guardas formam equipe oficial de escudeiros e se defendem com seus equipamentos de proteção (Antonio Trivelin/AAN)
Duas horas da tarde. Debaixo de um sol escaldante, 50 guardas civis se preparam para enfrentar um grupo que está gerando conflito em um bairro de Piracicaba, em protesto à falta de infraestrutura. A informação transmitida à central da Guarda, pelo telefone 153, era de que o grupo havia ateado fogo em pneus e tinha em mãos paus e pedras.Armados de escudos, capacetes especiais com proteção na nuca, tonfa (espécie de cassetete com empunhadeira) e equipamentos não-letais - os guardas partem para o lugar. Chegam e controlam a situação.Poderia até ser uma ocorrência real, mas foi apenas mais uma aula prática do curso de Controle de Distúrbios Civis (CDC), realizada ontem no Engenho Central. Os 50 guardas civis são só parte dos grupos que totalizam 400 homens e mulheres e que passarão pelo treinamento, encerrando somente em dezembro.O instrutor é o soldado Montebelo, da 5ª Companhia da PM de Piracicaba. Ele aplica aos guardas o que aprendeu no curso de especialização ministrado pelo 3º Batalhão de Choque de São Paulo, Capital, que é onde são preparadas as tropas que atuam contra vândalos em todos os atos públicos.Em Piracicaba, serão 30 horas/aula e o efetivo foi dividido em grupos para que não atrapalhe o serviço diário. De acordo com Montebelo, o curso prepara os guardas para atuação em manifestações, locais com queimas de ônibus, quebra-quebra e vandalismo. Na teoria, ele transmitiu informações sobre uso de granadas de efeito moral, balas de borracha e munições químicas, como o gás lacrimogêneo.A guarda Sandra Guerra, que é uma das 60 mulheres que estão no treinamento, disse que achou o curso excelente e de fundamental importância para a instituição. "A gente precisa disso. Penso que deveríamos ter constantemente este tipo de treinamento. Atualmente há conflitos em todos os lugares e devemos estar preparados para resolvê-los", declarou. M.Corrêa disse que, tendo o equipamento de segurança, e principalmente sabendo usá-los, os guardas ficam mais confiantes."Com todo esse aparato e estando preparados podemos transmitir segurança na hora de atuar. E com isso nós mesmos nos sentiremos mais seguros", ressaltou. A Guarda Civil de Piracicaba possui 45 equipamentos completos para formação de grupo de choque, segundo ele, e está adquirindo mais.O comandante da Guarda, capitão Silas Romualdo, disse que resolveu treinar os 400 guardas porque havia só um grupo e quando havia conflito era preciso tirá-los do trabalho ou das folgas.“Se todos estiverem preparados, a qualquer hora o oficial de plantão vai formar uma equipe e enviar para o local onde esteja ocorrendo algum tipo de desinteligência”, completou. Veja também Casal protesta e é enquadrado na Lei de Segurança Nacional Lei é direcionada a cidadãos considerados 'inimigos internos' e prevê prisão de 3 a 10 anos Ocupação na Unicamp já afeta serviços e pesquisas Nova assembleia para alunos decidirem se deixam o prédio está marcada para o meio-dia Funcionários fazem ato contra ocupação Reitoria foi ocupada na última quinta-feira, à noite, por universitários contrários a presença da PM