JOGO RÁPIDO

Guarani, um clube parado no tempo

Coluna publicada na edição de 22/3/17 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
22/03/2017 às 06:00.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:57

O Guarani entra em campo hoje sob pressão. Precisa vencer o desesperado Velo Clube no Brinco de Ouro para não perder contato de vez com o G4 da Série A2. A oito rodadas do final, está a quatro pontos da zona de classificação e corre o sério risco de, pelo quarto ano seguido, ser eliminado ainda na primeira fase da 2ª divisão estadual. Para um clube que ficou mais de 50 anos na divisão de elite, é difícil entender porque o clube não consegue chegar nem perto do acesso. Nos últimos anos, o futebol e o mundo passaram por gigantescas transformações e o Guarani ficou parado no tempo. O clube tem um centro de treinamento sofrível e não conta com equipamentos modernos em áreas como fisiologia e análise de desempenho, por exemplo. Mas nada deixa esse atraso tão claro como a falta de interesse do Guarani pelas redes sociais, o que, indiretamente, também afeta suas relações comerciais. O site oficial não tem, por exemplo, um link para a página da Topper, sua fornecedora de material esportivo. O site do Red Bull tem link para a Nike, o da Ponte Preta tem para a Adidas, o do Atlético-MG tem para a própria Topper, o do Juventude tem para a 19 Treze, o da Chapecoense tem para a Umbro e por aí vai. A bola não vai entrar mais vezes no gol se o Guarani colocar um link da Topper no seu site. A Portuguesa tem o link da Uniex e as coisas também não vão bem por lá. Se bem que o site da Lusa até ontem estava com o link errado e o internauta não conseguia ir para a página da Uniex. Isso também diz muito sobre a Portuguesa. O Guarani não vai subir esse ano se a partir de hoje começar a cuidar bem de sua página, mas certamente será um clube melhor a partir do instante em que passar a dar a atenção devida a seus parceiros comerciais. O site bugrino conta com uma seção do elenco. Nesta parte, os jogadores de 2016 que permaneceram no Brinco aparecem em fotos com a camisa da Joma, ex-fornecedora de uniformes. E os jogadores contratados em 2017 não aparecem na lista. Pode ser que talvez a diretoria não tenha autorizado gastos com novas fotos e fichas do elenco de 2017. Mas, ainda assim, o remendo a ser feito seria apagar as imagens com a marca do ex-parceiro. Além de não dar o devido valor à Topper, o Guarani ainda exibe o nome de uma concorrente. Esses erros banais comprovam que o Guarani não se adaptou ao futebol moderno. E por isso não consegue ser nem sombra do que já foi em outros tempos, quando era impossível imaginá-lo por quatro, cinco, seis ou sabe-se lá quantos anos na Série A2.

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