ROTINA

Guarani sofre nova ação na Justiça do Trabalho

O prata da casa Romarinho, de 18 anos, não estaria recebendo o FGTS e pede um valor de R$ 110 mil

Carlos Rodrigues
15/07/2013 às 22:13.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:46

O estranho caso do sumiço do meia Romarinho foi finalmente esclarecido nesta segunda-feira (15). O jogador, que desde quinta-feira (11) da semana passada não aparecia no clube alegando problemas de saúde, na verdade entrou com uma ação judicial contra o Guarani pedindo um valor de R$ 110 mil. Ele é o segundo atleta das categorias de base que aciona a Justiça contra o clube nos últimos meses. Antes, o volante Eduardo também seguiu o mesmo rumo.

Representado pelo advogado André Oliveira de Meira Ribeiro, Romarinho entrou com a ação na 11ª Vara do Trabalho de Campinas no último dia 10. Desde então, não apareceu mais nos treinamentos e nem esteve junto com o grupo na partida diante do Barueri. Segundo o Guarani, o jogador havia comunicado o departamento médico de que estava com uma virose. O clube, no entanto, não conseguiu entrar em contato com o jogador desde então.

Prata da casa, Romarinho, de 18 anos, chamou a atenção do técnico Tarcísio Pugliese quando atuava pela equipe sub-20 e foi promovido ao elenco profissional. Durante os treinamentos, agradou o treinador e foi titular nas três primeiras partidas do Bugre na Série C do Campeonato Brasileiro. Sua ausência no empate com o Barueri irritou o comandante, que disse ter faltado hombridade ao jogador.

Em entrevista coletiva concedida nesta segunda, o presidente Álvaro Negrão não se mostrou tão surpreso com o ocorrido. "Estamos preparados para muitas coisas e não vai ser um problema que vai nos fazer mudar o foco. Não é uma coisa boa, mas estamos correndo riscos, sabemos disso e não é só com esse atleta. Na situação em que o Guarani se encontra, sabemos das dificuldades e isso pode ocorrer com outros atletas também", explicou. "Vamos tocar em frente, normalmente. O Guarani vai se defender juridicamente, mas não é isso que vai atrapalhar o trabalho que vem sendo feito", completou.

Segundo o dirigente, os salários de Romarinho foram pagos integralmente e o clube estava tentando regularizar a situação do Fundo de Garantia. Ainda de acordo com Negrão, o clube não descarta uma interferência da empresa Ardizzone Consultoria, que teria 30% dos direitos econômicos do atleta. "A princípio, sabemos da boca do Romarinho que o Hugo Ardison, que fazia coisas junto com o ex-presidente (Marcelo Mingone), tem 30%, mas não houve contato de ninguém. A partir desta terça-feira (16) vamos fazer o levantamento do FGTS e teremos uma posição oficial" , esclareceu o presidente.

BOAS CONDIÇÕES

Assim como já havia feito o técnico Tarcísio Pugliese após a partida contra o Barueri, o presidente Álvaro Negrão também se mostrou bastante chateado com a atitude tomada pelo meia Romarinho. Segundo o dirigente, o clube nunca deixou de oferecer boas condições de trabalho para o jogador e que ele nunca teria mostrado qualquer descontentamento com a situação.

"Ficamos chateados porque sempre tratamos os jogadores como uma família, sempre procuramos o Romarinho, perguntamos se ele estava satisfeito e tivemos um feedback positivo dele, de que estava contente no clube. Aqui é um clube democrático. Acredito que nessa parte de estar junto do jogador, o Guarani nunca deixou a desejar", afirmou o dirigente bugrino.

Agora, a briga na justiça promete ser longa e semelhante ao caso do também prata da casa Eduardo, que entrou com uma ação e se desligou do clube. Consciente disso, Negrão garante que só fica no Guarani quem estiver satisfeito. "Sempre foi dito a esse elenco e aos jogadores da base que o Guarani atualmente é um clube diferenciado e, quem não quiser continuar aqui, não tem problema nenhum. Temos assédio de muitos atletas que querem jogar aqui. A partir do momento em que perdemos um, abre-se a possibilidade para outros."

Negrão também assegurou que o clube deve ir ao mercado atrás de uma reposição para o setor ofensivo. "O elenco tem cerca de 30 atletas e não é por causa de um que vamos mudar toda a programação. Vamos avaliar. O time precisa de um pouco mais de poder de fogo no ataque", concluiu. Após quatro rodadas disputadas na Série C do Brasileiro, o Guarani só marcou um gol, e de pênalti.

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