Para conter custos, diretoria diz que vai utilizar garotos na formação do time
Desde o início do ano, o nome de Roni Marcio Agustinho é um dos poucos que não alimentam intrigas entre os dirigentes do Guarani. Discreto e avesso à exposição, o diretor das categorias de base do Bugre deve começar ser bastante solicitado nos próximos meses. Isso porque o presidente do clube, Álvaro Negrão, já avisou que pretende encontrar soluções dentro do próprio clube para compor o elenco e manter o controle financeiro.Agustinho, que já implementou diversas mudanças nas três categorias que comanda, tem o aval de toda a diretoria para fazer parte da nova política administrativa do clube. “A ideia é fazer um projeto de médio a longo prazo para devolver ao Guarani a condição de grande revelador de jogadores”, acredita o diretor.Responsável pelo trabalho de mais de 100 atletas de 15 a 20 anos, Agustinho defende a proposta de Negrão: “Oito jovens já foram levados à equipe principal do Guarani. Até o final do ano, o mesmo deve acontecer com pelo menos mais cinco ou seis atletas”.O diretor, no entanto, sabe que futuras promessas da base nem sempre se tornam ao menos bons jogadores quando sobem à equipe principal. Mesmo assim, acredita que com condições de trabalho e estrutura, a chance de erro é bem menor. “Temos feito várias mudanças. O alojamento está sendo reformado, criamos uma cartilha disciplinar e procuramos orientar todos os atletas também em assuntos que não estão ligados diretamente ao futebol. Isso acaba fazendo toda a diferença na carreira deles”. [INTERTITULO]Passe[/INTERTITULO]Para evitar o assédio precoce de clubes maiores, Agustinho também travou uma batalha para alterar a forma de contrato dos jovens atletas — que só podem ter vínculo profissional depois dos 16 anos. A principal vitória foi subir de 40% para 80% o valor destinado ao Bugre em qualquer transação envolvendo jogadores da base.”Um clube sem base forte não é nada. Vira time de aluguel”, conclui o diretor bugrino.