Guarani busca reação histórica contra o ASA

Chegou o dia e deste sábado (8) não passa mais. Depois de sair em desvantagem no primeiro jogo das quartas de final, o Guarani tem 90 minutos para conseguir uma das reações mais importantes de sua história. Com promessa de casa cheia, o Bugre precisa de um 2 a 0 ou qualquer vitória por três ou mais gols de diferença sobre o ASA, às 18h30, no Brinco de Ouro, para garantir o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro — 3 a 1 a favor do alviverde leva a definição para os pênaltis e qualquer outro placar beneficia o time alagoano. Se o ASA leva a campo a vantagem obtida no jogo de ida, o Guarani busca a virada se apoiando especialmente em dois fatores que se completam: o desempenho dentro de casa e o apoio de seu torcedor. No Brinco, nesta Série C, são sete vitórias e dois empates. E essa força tende a se potencializar diante da grande mobilização dos bugrinos. Mais de dez mil ingressos já foram vendidos antecipadamente. Será o maior público dos últimos quatro anos, sedento pelo retorno à segunda divisão. "Nós podemos igualar jogando em casa, onde somos muito fortes e temos um retrospecto extremamente positivo", acredita o técnico Marcelo Chamusca. "A participação da torcida é sempre positiva. Quanto mais torcedor tiver aqui para empurrar o time, melhor para o Guarani. Vamos trabalhar bastante para que o torcedor jogue junto desde o início", ressalta o treinador, que fez treinos fechados durante a semana e não revelou a escalação. No entanto, adiantou que fará mudanças. Jogadores como Gilton, Zé Antônio e Marcinho, que foram mal na partida de ida, correm riscos de sair. Como o Bugre precisa de, no mínimo, dois gols, é preciso dar um passo de cada vez. Por isso, o comandante espera intensidade e imposição, mas também sabe a importância de ser 'racional'. "Está 3 a 1 e precisamos pelo menos igualar o 3 a 3. Precisamos de gols e, para fazer gols, temos que atacar. Mas tudo feito de forma organizada e equilibrada", explica Chamusca. "Um gol cedo será fundamental, mas acredito que tudo pode acontecer se tivermos uma boa performance em todos os aspectos." Independentemente do que aconteça e da forma que aconteça, de uma coisa o treinador tem certeza. "Essa construção de mentalidade vitoriosa e sucesso faz com que o grupo tenha confiança no acesso. Isso me deixa muito tranquilo que estaremos preparados para essa batalha e com a convicção que faremos o melhor. O que alguns chamem de sorte, chamo de merecimento, pelo comprometimento e pela vontade de honrar a camisa do Guarani." Técnico garante que o ASA não vai jogar na retranca Com a possibilidade de poder perder por até um gol de diferença para garantir o acesso, o ASA pretende utilizar a vantagem de 3 a 1 construída no primeiro jogo, em Arapiraca, mas o técnico Paulo Foiani descarta um time recuado para encarar o Guarani, no Brinco de Ouro. "Estarão na casa deles, lá o torcedor vai comparecer. Se ficarmos atrás, chamando, é o que eles mais querem. Temos uma vantagem e a gente vai para lá com o regulamento debaixo do braço, mas pensamos em utilizá-lo no momento certo", disse o treinador. "É a partida que vai mudar nossa vida, colocar a gente definitivamente no cenário do futebol novamente." Segundo Foiani, os minutos iniciais serão fundamentais e ele espera concentração de seu time para segurar a pressão bugrina. "Eles virão com tudo. Temos que estar atentos a isso e quando tiver a posse de bola ter confiança e coragem pra jogar." Para a partida, o comandante do ASA tem apenas uma dúvida. O volante Jorginho tem dores no tornozelo e, apesar de ter viajado com a delegação para Campinas, ainda é dúvida. Se ele não jogar, Cal é o principal cotado. As duas novidades são as presenças do lateral-esquerdo Igor e do meia João Paulo, que cumpriram suspensão no jogo de ida e estão liberados. Diogo, que marcou dois gols em Arapiraca, também deve começar jogando. Treino tem ídolos históricos e torcida Apoio da torcida, presença de ídolos e descontração marcaram o último treino do Guarani antes do duelo decisivo contra o ASA, que vale o acesso para a Série B. Após três dias de atividades fechadas, o clube abriu os portões do Brinco de Ouro na sexta para que os bugrinos pudessem acompanhar a equipe e passar força. Além disso, figuras que marcaram a história alviverde, como João Paulo, Zenon e Careca, conversaram com o elenco. Cerca de 100 torcedores foram ao estádio. E demonstraram confiança total na reação da equipe. Gritaram o nome de quase todos os jogadores e cantaram que o Guarani é 'o time da virada', além do 'Eu acredito', que já virou bordão dos clubes que precisam de uma reação. Antes do início da atividade, a palavra foi dos ídolos. Campeões brasileiros em 78, Careca e Zenon receberam a companhia de João Paulo em um papo com os atletas. "Passei pra eles a trajetória de 78. Tivemos algumas surpresas desagradáveis, depois recuperamos e nos tornamos campeões brasileiros. É mais em cima da motivação e passar pra eles que dentro do futebol tudo é possível. Quem faz um, faz dois", ensina Zenon. "Só depende deles para virar essa situação e marcar história", ressalta Careca. Quando o treino começou, nada de tática ou bola parada. Os jogadores fizeram apenas um rachão bastante descontraído, com muita competitividade. Na sequência, os atletas treinaram faltas e, principalmente, pênaltis, situação que determinará o acesso se o Bugre vencer por 3 a 1. Quase todos os prováveis titulares cobraram e, no geral, o aproveitamento foi bom.