Grupo planeja segurança durante a Copa do Mundo

Campinas começa a planejar ações integradas de segurança pública para o período da Copa do Mundo. nesta quinta-feira (13), durante a primeira reunião do chamado Grupo de Coordenação Local — formado por representantes do Exército, Polícia e Prefeitura — ficou definido que, até junho, os encontros vão debater a efetiva prestação de serviço a comitivas e torcedores.Como sete delegações estarão hospedadas em um raio de cem quilômetros a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, está acertado, por exemplo, que não haverá remanejamento de tropas policiais para o patrulhamento preventivo e ostensivo da Capital.Toda a estrutura disponível — homens, veículos e equipamentos — estará alocada na própria região, em ações pontuais para a escolta de delegações; ordenação do fluxo urbano; controle de aglomerações populares e eventuais distúrbios civis. Trata-se de um programa amplo — com comando unificado — para garantir tranquilidade a pelo menos 100 mil turistas esperados na cidade.Até o final do mês, as corporações e secretarias municipais devem apresentar uma agenda definitiva de planejamento estratégico. Existe, sim, — e nenhuma autoridade presente tentou desmentir — muita preocupação com a possibilidade de acontecerem, durante o Mundial, protestos violentos como os de 2013, ou como o registrado na semana passada, no Rio, quando o cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, morreu depois de ser alvejado por um rojão disparado por manifestantes.“A corporação estará atenta, pronta para agir. Além de atender delegações e torcedores, o plano precisa garantir segurança dos próprios moradores”, disse o tenente-coronel Nelson Coelho, comandante do Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep).O Exército estará de prontidão, na vigilância de prédios públicos e espaços usados na prestação de serviços essenciais — hospitais, quartéis, represas, usinas, terminais, aeroportos, estações, estradas. “Os soldados campineiros estarão engajados no plano local de segurança”, afirmou o general José Eduardo Pereira, do comando da 11ª Brigada de Infantaria Leve (BIL).O deslocamento seguro das delegações — do aeroporto aos hotéis, dos estádios aos CTs — será garantido por um plano que detalha rotas protocolares e emergenciais. Até a Polícia Rodoviária vai integrar a escolta da comitiva portuguesa, por exemplo, já que a delegação pode fazer a óbvia opção pela Via Anhanguera no trajeto entre o The Palms e o centro de treinamento da Ponte Preta, no Jardim Eulina. A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e a PM vão ordenar o deslocamento dos nigerianos do Hotel Vitória ao Brinco de Ouro. MASSA NA ARAUTOSOs torcedores vão receber atenção especial do plano integrado, nos dias em que são previstos treinos abertos ao público da Seleção Portuguesa (12 e 18 de junho, no Estádio Moisés Lucarelli), ou nas ocasiões de transmissão de jogos ao vivo, no telão que será instalado na Praça Arautos da Paz. Todo o fluxo de veículos será ordenado nas ruas e avenidas vizinhas (com a ajuda de agentes de trânsito da Emdec), para que não se registrem congestionamentos e a população do entorno não seja incomodada. E o esquema não é previsto só para jogos do Brasil. Haverá telão nos dias em que estiverem em campo seleções historicamente favoritas ao título, ou que tenham importantes colônias torcedoras na cidade.A festa na Arautos, por sinal, não vai se limitar à transmissão dos jogos. Bandas vão se apresentar antes e depois de cada partida. De acordo com o secretário municipal de Cultura, Ney Carrasco, a programação de atrações artísticas ao longo do dia impedirá, por exemplo, que todos os 20 mil torcedores esperados cheguem e se retirem da praça ao mesmo tempo. A intenção é evitar tumultos e atropelos.Câmeras da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CIMCamp) vão auxiliar os organismos policiais no controle da movimentação nos pontos de aglomeração pública e ajudar na identificação e na prisão de responsáveis por eventuais arruaças.ENVOLVIMENTO DA CIDADEO prefeito Jonas Donizette (PSB), que recepcionou, nesta quinta, representantes das forças de segurança no lançamento das ações integradas, afirmou que o pronto envolvimento das corporações no projeto reflete a boa vontade do campineiro comum, preocupado em mostrar ao mundo a imagem de uma cidade comprometida com organização e trabalho. “O mundo todo estará com os olhos voltados para Campinas. E a gente não pode decepcionar atletas, turistas e jornalistas que vão se deslocar até aqui durante a disputa do Mundial”, disse.O prefeito afirmou orgulhoso — diante do público que lotava o Salão Azul — que a cidade foi escolhida como centro de treinamento por suas seleções — Portugal e Nigéria — sem participar de leilões. “Não pagamos nada para receber as delegações. Nós as conquistamos com o que oferecemos de parceria, de prestação de serviço. E com certeza vamos lucrar. Hotéis, restaurantes, parques estarão lotados”.E o prefeito projeta ações sociais: as pessoas interessadas em ver os treinos abertos da Seleção Portuguesa, por exemplo, vão entregar alimentos e agasalhos como ingresso.