Grupo incentiva hortas sustentáveis

Braço da igreja católica em várias ações nas cidades e em regiões rurais, as pastorais podem ajudar as pessoas a implantarem projetos no âmbito pessoal ou comunitário. E em Campinas não é diferente. Especialmente em um ano no qual a Campanha da Fraternidade aborda a realidade dos biomas brasileiros, unindo forças de Norte a Sul do País para despertar famílias, associações e comunidades para o cuidado do meio ambiente. Os homens de boa vontade que integram o Terço dos Homens da Arquidiocese de Campinas arregaçaram as mangas e iniciaram um trabalho de hortas comunitárias em diversos pontos da cidade e, em pouco mais de dois meses de existência, dois postos de saúde — um no Parque Vista Alegre e outro no Jardim Santa Odila — foram beneficiados. Azael Mendonça Júnior, um dos coordenadores do Terço dos Homens, conta que a motivação surgiu da Campanha da Fraternidade. Ele decidiu doar um pouco de seu tempo e conhecimento adquiridos nas oficinas teórico-práticas sobre cultivo de hortaliças na Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (Cati), necessário para trabalhar pequenas áreas verdes em desuso ou abandonadas, transformando a paisagem e ensinando a comunidade a manter hortas sustentáveis. Trata-se de um dos propósitos da oração e labor do Terço dos Homens, que além do fortalecimento da fé por meio do compartilhamento da palavra e orações cristãs, ainda conta com a participação de membros do grupo em ações abertas no propósito de ajudar comunidades. Mais de 102 paróquias estão na mira da Arquidiocese de Campinas para serem atendidas pela iniciativa da horta comunitária. “Nosso objetivo é sermos agentes multiplicadores, expandindo os conhecimentos adquiridos na Cati, motivando as comunidades a resgatar a produção das próprias hortaliças”, defende o coordenador Celso Donabella. Segundo ele, momentos de crise motivam as pessoas a buscarem alternativas de subsistência e poderem, assim, colher folhas para saladas, refogados e temperos diretos do quintal fazendo bem à saúde e poupando despesas ao bolso. “Resgatamos um hábito de nossos antepassados que está se perdendo. Eles aproveitavam o terreno e tornavam a alimentação mais saudável”, garante. Outro ponto defendido é que mais pessoas capacitadas para atuar nas hortas comunitárias poderão doar tempo e aptidão para essa tarefa, implantando um número cada vez maior de canteiros de hortaliças comunitárias, beneficiando creches, asilos e onde mais essas estruturas de plantio forem requisitadas. A produção das hortas é usufruída pela comunidade onde foi implantada. Pouco tempo após ser idealizada, a iniciativa “Horta Comunitária” do Terço dos Homens, começa a dar resultados no Posto de Saúde Santo Antonio, no Parque Vista Alegre, na região do DIC IV, no distrito do Ouro Verde, que completará, no próximo mês, 11 anos de existência, realizando 10 mil atendimentos por mês. Ela tem no quadro 55 funcionários e ocupa uma área de aproximadamente 300 metros quadrados. O projeto tem apoio da Cati, e contou com a orientação do engenheiro-agrônomo Oscar Mosca, da equipe de Divisão de Extensão Rural (Dextru), que foi procurado no final do ano pelo coordenador do grupo do Terço dos Homens para capacitar voluntários que pudessem replicar o conhecimento entre as comunidades. Por enquanto 12 pessoas fizeram o curso. As aulas ocorreram nas dependências da Cati, no espaço do Projeto Fazendinha Feliz, e no Centro de Saúde Santo Antonio. “No local estão sendo cultivadas hortaliças, hortaliças não convencionais, frutíferas e plantas medicinais”, diz o engenheiro-agrônomo da Coordenadoria. Além de irem até o local para doar tempo e disposição em trabalhar a terra da maneira simples, manuseando enxadas e pás, e sem se importar com calosidades nas mãos, os voluntários se sentem felizes em provermos o resgate dessa providência. “Cada paróquia têm entre 50 e 60 homens que poderiam atuar nas hortas comunitárias, multiplicadas chegariam à merenda das escolas enriquecendo o alimento e o conhecimento dos estudantes. As crianças poderiam aprender com atividades ligadas à manutenção das hortas, saindo do apego ao mundo virtual, adquirindo conhecimento prático”, defende Donabella. De acordo com Mosca, canais de qualificação de agentes na comunidade, por exemplo, voluntários do Terço dos Homens, são importantes porque também contribuem para o cumprimento da missão dos extensionistas da Cati, que é levar adiante o desenvolvimento de projetos educativos. Quem quiser conhecer o projeto pode entrar em contato com o Grupo Terço dos Homens pelo email [email protected] ou pelo telefone (19) 3519-3050.