PIRACICABA

Grupo de 150 famílias do MST invade área de cana

MST coordenou no domingo a ocupação de uma área de 740 hectares na rodovia Piracicaba-Charqueada

Juliana Franco
igpaulista@rac.com.br
20/08/2013 às 10:22.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:52

Integrantes dizem que a ideia é permanecer na área e transformá-la em assentamento (Del Rodrigues/AAN)

Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiu, na noite de domingo, uma área localizada na rodovia Hermínio Petrin (SP-308), que liga Piracicaba a Charqueada. O espaço é utilizado para plantação de cana-de-açúcar. Segundo líderes do movimento, a terra pertenceria ao Grupo Raízen — a empresa nega — e a utilização é feita de forma irregular. Ao menos 150 famílias, grande parte da cidade, participam da ocupação.De acordo com a dirigente do MST, Kika Lima, 35 anos, esta é a primeira vez que a invasão é realizada em Piracicaba. “As famílias do município nos procuraram e pediram ajuda para ocupar a área. Eles dizem que o espaço possui dívidas. E, nos últimos anos, não tivemos avanço na reforma agrária, nosso principal foco. Fato que justifica a ocupação”, explica. “A ideia é permanecer na área e transformá-la em um assentamento com o plantio de produtos de qualidade, sem agrotóxicos”, acrescenta Kika.Não há previsão para o grupo desocupar a terra. Na tarde de ontem, pessoas do movimento ainda chegavam para montar acampamento na área. A maioria das famílias é de Piracicaba, mas há pessoas de Nova Odessa e Americana, entre outras regiões.Kika diz que a área ocupada tem em torno de 740 hectares. “Fizemos reuniões com as famílias, explicamos o nosso trabalho e decidimos entrar na luta para conquistar a terra. As famílias dizem que a propriedade possui dívidas e, em casos como este, o Governo Federal tem autorização para fazer a reforma agrária”, conta a dirigente. “Este é o nosso objetivo, lutamos pela reforma agrária”, acrescenta.O grupo faz uso de lonas pretas fincadas na terra para montar as barracas. Um veículo é utilizado como refeitório e, no início da tarde de ontem, um outro automóvel foi entregar água aos assentados. Ainda não há um levantamento de quantas pessoas estão no local.Segundo Kika, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi informado sobre a invasão. “Agora, esperamos seu posicionamento. Inclusive, queremos membros do Instituto para avaliar a área”. Raízen A Raízen informou por meio de nota que “já tem ciência do fato, está acompanhando o caso. Aproveita para esclarecer que a área mencionada não pertence à companhia”.

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