APÓS PROPOSTA

Greve no Cândido Ferreira termina e trabalho é retomado

A paralisação da categoria chegou a mobilizar 60% dos trabalhadores, segundo levantamento do Sinsaúde. Cândido Ferreira informou que não houve prejuízo aos pacientes.

Eric Rocha
eric.rocha@rac.com.br
24/06/2015 às 20:34.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:43

Os trabalhadores do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira voltaram ao trabalho na tarde desta quarta-feira, 24, depois de acolherem, em assembleia, a proposta salarial da administradora do convênio com a Prefeitura de Campinas. A greve da categoria tinha começado na última segunda-feira. Os funcionários concordaram com o reajuste parcelado de 8,76%. Seis por cento serão pagos agora, em junho e, o restante (2,76%) em 1º de janeiro de 2016. Principal ponto de divergência nas negociações, o anuênio (adicional por tempo de serviço) está mantido e também receberá um aumento de 2%.A paralisação da categoria chegou a mobilizar 60% dos trabalhadores, segundo levantamento do Sindicato da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde). O Cândido Ferreira informou que nos dois dias de greve não houve prejuízo aos pacientes. As áreas mais afetadas foram as de alimentação, nutrição e lavanderia. De acordo com a administradora, cerca de mil funcionários trabalham no serviço e atendem atualmente de 6,5 mil a 7 mil pacientes com transtornos mentais ou com problemas relacionados ao álcool e outras drogas. Eles atuam no hospital psiquiátrico no distrito de Sousas, em onze Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), além de oficinas, centros de convivência e em serviços residenciais terapêuticos.A proposta aceita foi uma das quatro propostas apresentadas pelo Cândido Ferreira e negociadas na terça-feira com os trabalhadores em uma reunião na sede do sindicato. Foram três rodadas de negociação até a decretação da greve. Os funcionários já haviam aceitado a reposição salarial de 8,76% (valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC), mas ainda tentavam assegurar que o anuênio também recebesse aumento. Apesar de afirmar que a proposta ainda ficou aquém do ideal, o diretor do Sinsaúde, João de Fátima, avaliou que o reajuste do bônus foi muito importante. “É o único benefício real que temos, porque o resto é apenas a reposição da inflação”, disse. Os trabalhadores pediam no início da campanha salarial 20% de aumento nos salários, plano de saúde familiar, manutenção do adicional por tempo de serviço e de outros benefícios já conquistados em campanhas aneriores.O Cândido Ferreira já havia manifestado que era favorável a manutenção do anuênio. De acordo com o serviço, ele evita a rotatividade dos trabalhadores que já foram treinados pela instituição. “Estamos fazendo um estudo para ver o que poderemos rever de custos este ano para bancarmos o aumento. Vamos ter que nos adequar internamente para readequar e honrar a proposta salarial. É uma questão de gestão”, afirmou o presidente do conselho diretor do Cândido Ferreira, Paulo César Teixeira de Magalhães.O convênio do serviço com a Prefeitura de Campinas para o atendimento de Saúde mental foi prorrogado por mais 12 meses no começo do mês. O Executivo desistiu de fazer uma licitação porque a União ainda não sancionou o marco regulatório que impõe regras nas relações entre governos e empresas do terceiro setor. O repasse mensal do Executivo campineiro baixou de R$ 5,7 milhões para 5,4 milhões, o que segundo a administradora tem impactado nas finanças. Em nota divulgada esta semana, a Secretaria Municipal de Saúde já havia informado que o convênio foi renovado com a anuência da entidade e que nos últimos anos a Prefeitura “absorveu vários serviços de saúde mental”.

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